quinta-feira, 9 de junho de 2011

Em andamento

        



Dois grandes projetos em favor do Nordeste caminham, por assim dizer, de braços dados. Um é o da transposição de águas do rio São Francisco para a zona seca. O outro corta a região semiárida nos trilhos da Ferrovia Transnordestina.
Acerca desta última obra, conta-se, agora, que ela receberá mais R$ 400 milhões até o final deste mês de junho. Será dinheiro advindo do FNDE e do Finor, com os crivos, portanto, do Banco do Nordeste e outros organismos de fomento ao desenvolvimento regional.
Ventos soprados do Ministério da Integração avisam que o trecho cearense da Transnordestina, hoje ainda às voltas com problemas contratuais, terá essas questões resolvidas antes que julho se finde. Mas os serviços, ali, não devem estar concluídos antes de 2014.
Para quem não sabe, essa Ferrovia foi concebida com o objetivo de ligar o município piauiense de Eliseu Martins aos Portos de Pecém (na região metropolitana de Fortaleza) e de Suape (na do Recife). Na verdade, para unir, também, três pontas mortas do sistema ferroviário do Nordeste: Missão Velha, no Ceará, Salgueiro e Petrolina, em Pernambuco. É projeto pensado, então, para alavancar o desenvolvimento de polos gesseiros e agroindustriais.
Quando pronto, facilitará a articulação com a hidrovia e a dinamização da atividade econômica nas áreas próximas à malha. A logística do transporte de cargas na Região estará melhor, mais ampliada e mais eficiente quando os trens sertanejos permitirem a conexão com o sistema rodoviário e os barcos que em maior número percorrerão o São Francisco num Nordeste que se desenvolve acima da média do crescimento nacional.
Orçada, por enquanto, em R$ 5,4 bilhões (deve ficar uns 15% mais cara), a Transnordestina, inscrita no Programa de Aceleração do Crescimento, é dessas obras capazes de justificar o volume de recursos que absorvem. O Nordeste brasileiro haverá de comprovar isso dentro em breve.
Há pouco tempo, essa ferrovia era entendida por um ex-governante paraibano como uma espinha dorsal necessitada de costelas, uma delas representada em um ramal para o Porto de Cabedelo. Seria, assim, ainda, com o do Rio Grande do Norte, onde o governo estadual também se esforça para aderir ao projeto.
A transposição do São Francisco é outro braço sobre o qual se apoiam os melhores planos para o desenvolvimento regional. Felizmente, depois de tantas vozes em contra e de tantos obstáculos, essas duas obras têm andamento, se não no ritmo das nossas urgências, pelo menos, a passos que nos animam a cr+er num novo tempo e numa nova história para esta parte sofrida deste Brasil agora menos injusto e menos desigual.

Editorial JornalParaiba

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