quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Quatro serviços que vão te proteger da espionagem

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Ninguém está livre da espionagem de dados digitais da NSA. Depois do escândalo revelado por Edward Snowden, ficou mais claro que a maioria das informações particulares que eu e você buscamos e trocamos pela rede pode estar sob vigilância a qualquer momento.

Além disso, por mais desesperador que isso pareça, seus dados e informações pessoais também podem estar sendo interceptados por outras pessoas. Trojans que roubam dados, por exemplo, e redes de Wi-Fi abertas oferecem perigos se você quer ter certeza de que seus dados estão seguros dentro do seu HD.

Se a paranoia já tomou conta desde que você soube que Obama lê seus e-mails (ou quase isso), esse glossário da internet alternativa pode te ajudar a encontrar alternativas para deixar sua navegação mais segura. Nessa lista, há opções seguras de redes sociais, de serviços de e-mail e de mensagens instantâneas, de programas que fazem ligações em VoIP - são ferramentas que podem te ajudar a livrar seus dados pessoais das garras da NSA e de qualquer outro interceptador.

Boa parte dos serviços na lista são protocolos que ajudam programadores a criar ferramentas mais seguras e livres, outros já estão em um estágio que podem ser compreendidos pelo usuário final, e alguns são serviços alternativos que já podem ser usados. Em todo caso, pode começar a planejar sua libertação:

Troque o Facebook pelo Diaspora*

Ok, a gente sabe que a melhor rede social é aquela em que seus amigos estão. Por outro lado, já está todo mundo de saco meio cheio do Facebook - e o escândalo de espionagem da NSA foi a gota d’água. Apesar de ser bem menor, o Diaspora* é antigo: foi criado em 2010 como uma alternativa de código-aberto e segura ao Facebook. Hoje, já conta com mais de 400 mil usuários. Para participar, é preciso escolher o seu ‘pod’ de preferência e se cadastrar. Os pods são como ‘galhos’ da Diaspora*, versões diferentes da rede social que se agrupam em torno de regiões geográficas para que os usuários se encontrem com mais facilidade. De acordo com o site, os pods servem para descentralizar os dados - a descentralização é um dos pilares do site, que tem como outras diretrizes a liberdade na criação de perfis e a proteção à sua privacidade: lá, garantem os criadores do código livre, seus dados não serão vendidos às corporações ou entregues ao governo.

Troque o Dropbox pelo Camlistore

O Camlistore é um serviço de armazenamento de dados totalmente open-source e que tem a privacidade dos usuários como um de seus pilares. Criado por funcionários do Google durante aqueles 20% do tempo na empresa que dedicam a projetos pessoais, o código do projeto já tem sua versão 0.2 publicada no site oficial. Segundo os criadores, a ideia é prover uma serviço de armazenamento capaz de fazer um backup seguro de todas as coisas que você tem publicadas na internet - suas fotos, seus textos, suas atualizações de status em redes sociais, por exemplo.

Troque um e-mail ou mensagem de texto sigilosa pelo 1ty.me

O 1ty.me gera links que se autodestroem depois do primeiro acesso. É simples: se você quiser enviar para alguém uma mensagem que não possa ser visualizada duas vezes por questões de segurança, como uma senha, por exemplo, basta colar no clipboard do 1ty.me, gerar o link e enviar ao destinatário. Depois de acessado uma vez só, o link é invalidado. É um snapchat para textos.

Troque o chat do Facebook ou do Google pelo RetroShare

O RetroShare é um software gratuito e de código-aberto que permite envio de mensagens e compartilhamento de arquivos com segurança, já que todos os dados são encriptados. O RetroShare oferece serviços de trocas de mensagens e de e-mails, de troca de arquivos, de autenticação de usuários e até uma rede social. E garante: com eles, seus dados estão seguros das grandes corporações.

revistagalileu-globo

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

João Pessoa nasceu longe do mar por estratégia militar, diz especialista

Cidade de João Pessoa nasceu às margens do Rio Sanhauá (Foto: Juliana Brito/G1)
Cidade de João Pessoa nasceu às margens do Rio
Sanhauá (foto de: Juliana Brito/G1-PB)
 
Nascida às margens do Rio Sanhauá, há 428 anos, ainda com o nome de Nossa Senhora das Neves, a cidade de João Pessoa percorreu o caminho inverso de muitas cidades litorâneas do Brasil, que se constituíram e se desenvolveram da costa para o interior. Somente a partir dos anos 1940, com a segunda intervenção urbanística na Lagoa do Parque Solon de Lucena, a capital paraibana começou a crescer em direção ao mar.

Para o arquiteto e diretor técnico da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Umbelino Peregrino, a construção da cidade de João Pessoa a quase 10 km de distância da costa pode ser considerada “uma das estratégias de defesas mais perfeitas”, adotada pela Coroa portuguesa, após a conquista do território.

“A questão da defesa, eu acho que foi o motivo primeiro. Não foi por menos que, só depois da terceira tentativa que se conseguiu a invasão (pelos holandeses, no século XVII). Era um dos melhores sistemas de defesa da América Latina”, afirmou Peregrino, ressaltando que a maioria das cidades litorâneas teve seu núcleo de crescimento no litoral.

De acordo com o diretor técnico do Iphan na Paraíba, a partir do final do século XVII e início do século XVIII, com a expulsão dos holandeses, a Coroa portuguesa iniciou um processo de retomada do território. Toda a movimentação passou a se concentrar nas regiões conhecidas como ‘cidade alta’ (centro religioso, administrativo e financeiro, da elite) e ‘cidade baixa’ (núcleo comercial e mais popular).
Gilvan de Brito é autor de livro que conta histórias do Parque Solon de Lucena (Foto: Juliana Brito/G1)
Gilvan de Brito é autor de livro que conta histórias do
Parque Solon de Lucena (Foto: Juliana Brito/G1)
Os moradores passaram a frequentar a área do atual Centro da cidade com maior regularidade somente na primeira metade do século XX, após as duas mais importantes intervenções urbanísticas realizadas na região central de João Pessoa, em 1920 e em 1940.

O foco foi a urbanização da área alagadiça da então ‘Lagoa dos Irerês’, que virou o Parque Solon de Lucena, segundo informou o jornalista e pesquisador Gilvan de Brito. “Foi quando iniciou a expansão da cidade na direção leste (região litorânea), que se intensificou nos anos 1950 e 1960”, declarou.


Avenida Epitácio Pessoa
O ápice dessa expansão da capital em direção ao mar se deu a partir do calçamento da Avenida Epitácio Pessoa, em 1952, quando o acesso à praia de Tambaú foi facilitado. A via foi aberta em 1929, pelo presidente João Pessoa, sob a denominação de ‘Estrada de Tambau’.

Porém, a locomoção entre o Centro e a praia – que já abrigava uma vila de pescadores, a capela de Santo Antônio e um hospício – era feita pela Ferrovia Tambau, que ia da Cruz do Peixe (onde funciona a ‘Usina Cultural Energisa’) somente até o sítio Imbiribeira – hoje, o bairro Tambauzinho.
Avenida Epitácio Pessoa foi corredor usado no crescimento rumo à praia. (Foto: Mauricio Melo/G1-PB)Avenida Epitácio Pessoa foi corredor usado para
crescer rumo à praia. (Foto: Mauricio Melo/G1-PB)
As informações fazem parte do livro ‘Ruas de Tambaú’, de autoria de Deusdedit Leitão e foram fornecidas pelo pesquisador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), Joaquim Osterne Carneiro. Segundo a pesquisa realizada por Leitão, posteriormente, foi implantada uma linha de bondes movidos a gasolina, em substituição à antiga forma de transporte.

Ainda de acordo como o estudo, em seguida, ônibus passaram a fazer o transporte de passageiros, do Centro à praia de Tambaú, que já era frequentada por banhistas e veranistas. O processo de expansão da Avenida Epitácio Pessoa ocorreu a partir do surgimento dos bairros Santa Júlia, Torre, Expedicionários, Tambauzinho e Miramar, que se desenvolveram ao longo da via.

A pavimentação e posterior expansão da Avenida Epitácio Pessoa acompanharam uma onda de urbanização iniciada no final do século XIX, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, que tomou conta do Brasil naquele período, visando à modernização e ‘higienização’ das cidades, de acordo as informações fornecidas pelo IGHP.

Segundo o jornalista e pesquisador Gilvan de Brito, autor do livro ‘Opus Diaboli: a Lagoa e outras tragédias’, a abertura de vias importantes para a ligação do Centro à região litorânea e a segunda intervenção urbanística realizada na Lagoa do Parque Solon de Lucena, em 1940, contribuíram significativamente para o deslocamento da cidade de João Pessoa em direção ao mar.
Orla de Tambaú era mão dupla (Foto: Acervo Arion Farias)
Nos anos 70, casas de pescadores e de veranistas
fizeram a ocupação da praia de Tambaú
(Foto: Acervo Arion Farias)
“Aquelas obras, da estrutura mesmo – porque ali era só uma lagoa e tinha muita lama ao redor –, foram um marco para o crescimento de João Pessoa na direção leste (onde está localizada a região litorânea da capital). A construção da Avenida Getúlio Vargas, nesse mesmo período, contribuiu para movimentar a região e para o crescimento em direção à orla”, declarou Gilvan de Brito.

O responsável pelo loteamento de grande parte da região de Tambaú foi o comerciante Antônio de Brito Lyra, conforme a publicação do pesquisador Deusdedit Leitão. Em 1971, foi inaugurado o Hotel Tambaú, primeiro hotel de luxo da capital, que preencheu uma lacuna existente na cidade.

Até então, as autoridades, artistas e atletas que visitavam João Pessoa ficavam acomodados na residência dos empresários Creusa e Adrião Pires, segundo conta o advogado Marcos Pires, filho mais velho do casal. A ‘mansão dos Pires’ foi construída na Avenida Epitácio Pessoa, em 1965 – em um período em que a elite local passou a deslocar do Centro para morar na principal via da cidade, localizada próximo à praia.

Hotel Tambaú, em João Pessoa (Foto: Felipe Gesteira/Secom-JP)
Hotel Tambaú, construído em 1971 marcou a total
ocupação do bairro (Foto: Felipe Gesteira/Secom-JP)
Atualmente, a praia de Tambaú é a mais frequentada por turistas e moradores de João Pessoa, sendo apontada como uma das mais valorizadas pelo setor imobiliário. O metro quadrado no bairro de Tambaú custa R$ 6 mil, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), com base na mais recente Pesquisa de Mercado do Setor de Lançamentos Imobiliários, divulgada em maio passado pelo consultor imobiliário Fábio Henriques.

Na região, estão concentrados a ‘Feirinha’, o Centro Turístico e o Mercado de Artesanato Paraibano, além de bares, restaurantes, lanchonetes e opções de lazer, tais como: ciclovia e espaços para a prática de esportes como vôlei de praia, futebol, skate e corrida. A orla de Tambaú também é o ponto de partida para passeios de barco até o banco de corais conhecido como ‘Picãozinho’, que fica a 15 minutos da costa.

Juliana Brito - G1/PB

Em 30 anos, NE é região com maior alta na expectativa de vida, diz IBGE

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A região Nordeste foi a que registrou o maior crescimento na taxa de expectativa de vida em 30 anos, com aumento de 12,95 anos. É o que mostram números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (2).

Em todas as regiões e estados do país, o IBGE constatou acréscimos na esperança de vida ao nascer. No Brasil, em 2010, a esperança de vida ao nascer no país era de 73 anos, 9 meses e 3 dias, revelando um acréscimo de 11 anos, 2 meses e 27 dias em comparação com 1980, quando o índice era de 62,52 anos.

De acordo com o levantamento, moradores da Região Sul registraram a maior taxa de expectativa de vida, podendo viver até 75,84 anos. Em seguida, vem o Sudeste, com 75,40 anos; na terceira posição está o Centro-Oeste, com 73,64 anos; o Nordeste ficou em quarto, com 71,20 anos e, na última posição, está o Norte, com 70,76 anos.

As informações fazem parte das Tábuas de Mortalidade, que usam dados do Censo de 2010, de estatísticas de óbitos provenientes do Registro Civil e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde referentes a 2010. As tábuas, que são divulgadas todos os anos, foram recalculadas a partir de um recorte regional. Os dados de 2010 por estado foram divulgados pela primeira vez pelo instituto.

Estados
Santa Catarina foi o estado que apresentou a maior expectativa de vida tanto para mulheres quanto para homens. Enquanto elas alcançam 79,90 anos, eles podem chegar até 73,73 anos – a média de idade do estado é de 76,80 anos.

Na contramão está o Maranhão, com o menor índice de esperança de vida ao nascer, com 68,69 anos. As mulheres de Roraima são as que vivem menos, segundo o IBGE, com expectativa de vida de 72,81 anos. Já Alagoas é o estado onde os homens vivem menos, com expectativa de vida de 64,60 anos.

O estado que mais elevou sua expectativa de vida entre 1980 e 2010 foi o Rio Grande do Norte (média de 15,85 anos). A esperança de vida aumentou 14,65 anos para homens e 17,03 anos para as mulheres na unidade federativa.

Segundo o estudo, ao longo de três décadas a expectativa de vida no país aumentou, anualmente, cerca de 4 meses e 15 dias. As mulheres brasileiras alcançam idades mais avançadas que as dos homens. Enquanto elas vivem em média 77,38 anos, eles podem atingir 73,76 anos – uma diferença de 7,17 anos. Em 1980, essa diferença era de 6,07 anos, segundo o instituto.

Sobremortalidade masculina
O levantamento chama a atenção para a sobremortalidade masculina, resultado da maior exposição dos homens aos óbitos por causas externas, como homicídios ou acidentes de trânsito.

Segundo o IBGE, em 2010, a mortalidade masculina atingiu principalmente jovens do grupo de idade entre 20 e 24 anos. Houve um acréscimo de 115,6% na comparação com 1980, uma probabilidade que passou de 2 para 4,4 vezes nos últimos 30 anos. Ou seja, a chance de um homem de 20 anos não atingir os 25 anos em 2010 era 4,4 vezes maior do que a mesma probabilidade para a população feminina.

Todos os estados do Brasil tiveram alta na mortalidade masculina, no grupo de idade entre 20 e 24 anos, segundo o IBGE. O Nordeste registrou o maior índice, seguido do Sul do país.

O estado de Alagoas foi o que apresentou a maior taxa de mortalidade, aumento de 348,3% nas últimas três décadas. Bahia vem em seguida, com alta de 240% no período. O Acre foi o estado que deteve a menor alta, com acréscimo de 35% nas mortes.

G1-SP

Transtorno bipolar atinge 4% dos adultos; saiba mais sobre a doença

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Cerca de 4% da população adulta mundial sofre de transtorno bipolar e, segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), essa prevalência vale também para o Brasil, o que representa 6 milhões de pessoas no país.

A doença, caracterizada por alterações de humor, com fases de depressão e euforia (mania), tem se tornado cada vez mais discutida – os primeiros casos do distúrbio foram descritos com outros nomes 460 anos a.C., pelo grego Hipócrates, considerado o "pai da medicina" –, mas o diagnóstico ainda é difícil e leva, em média, entre 8 e 13 anos para ser feito.

"As mudanças de humor podem ser bruscas, mas a duração de cada episódio, não. A depressão é geralmente igual ou superior a 15 dias (podendo chegar a 2 anos), a mania dura pelo menos uma semana e a hipomania (euforia leve) demora ao menos quatro dias. E tudo isso é intercalado com fases de normalidade", explica a presidente da ABTB, Ângela Scippa.

Além disso, o quadro – que em 60% dos casos se manifesta na adolescência, mas só é descoberto na idade adulta – inclui outros sintomas, como alterações de energia (agitação, pensamento e fala rápidos), sono (insônia ou necessidade de dormir pouco), apetite (bulimia), comportamento (dificuldade de concentração e memória, agressividade, compras compulsivas e hábitos de risco, como sexo sem proteção) e pensamento (delírios e alucinações). Já se a pessoa estiver deprimida, tende a sentir mais fadiga, lentidão, falta de energia e esperança, apresentar ideias negativas e culpa excessiva, e perder o prazer na vida.

Como, em geral, essas pessoas têm rotinas desregradas e a doença é detectada tardiamente, muitas vezes também há problemas cardiovasculares envolvidos, como colesterol e triglicérides, diabetes tipo 2, abuso de álcool e drogas (de 40% a 60% dos casos) e até suicídios (de 5% e 15% do total), aponta a presidente da ABTB.

Em 30% a 70% dos casos de bipolaridade, ainda há algum outro distúrbio psiquiátrico relacionado, como fobias, síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de personalidade e transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

"O problema não ocorre por falta de serotonina (hormônio do bem-estar), mas por uma desregulação dos mecanismos de neurotransmissores (substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios) em diversas áreas do sistema nervoso central", afirma Ângela.

Segundo ela, a bipolaridade é a segunda causa de incapacidade para o trabalho entre as doenças mentais, atrás apenas da depressão – em terceiro, vem a esquizofrenia.

"No transtorno bipolar, o humor da pessoa está inadequado para aquele momento, para aquela condição", complementa o psiquiatra Teng Chei Tung, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Transtorno bipolar x criatividade
Muitos artistas já vieram a público falar que são bipolares. É o caso dos atores de Hollywood Catherine Zeta-Jones, Ben Stiller, Jim Carrey e Jean-Claude Van Damme, além da cantora americana Britney Spears.

"No Brasil, temos a cantora Rita Lee, a atriz Cássia Kiss, o ator Maurício Mattar, entre outros", enumera o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva.

A doença já foi ligada a uma maior habilidade criativa e a um comportamento contestador, mas, de acordo com Silva, a capacidade de criação se perde nos picos de mania e depressão.

Para a psiquiatra Helena Maria Calil, professora livre docente do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), há uma associação histórica entre transtorno bipolar e criatividade, em pintores (como Van Gogh), escultores e outros artistas.

"Os artistas ajudam a diminuir o preconceito, pois, quando alguém muito conhecido admite que tem o problema, outras pessoas que sofrem da doença e não buscam tratamento acabam se identificando", destaca Helena.

Genética, hormônios e infância
Segundo os psiquiatras, há componentes genéticos e ambientais envolvidos na manifestação do transtorno bipolar. E a hereditariedade da doença pode chegar a 70% em parentes de primeiro grau (quando a mãe, o pai ou irmãos têm o distúrbio).

As variações hormonais do ciclo menstrual e do pós-parto também podem interferir para desencadear crises nas mulheres, de acordo com os médicos. Mas não há diferenças de prevalência entre os sexos – o que existe é um maior diagnóstico entre o sexo feminino, possivelmente porque as mulheres cuidam mais da saúde que os homens. A detecção também é geralmente feita nos estados depressivos, pois os pacientes eufóricos tendem a achar que estão bem, felizes e não precisam de ajuda.

Além disso, fatores ambientais experimentados na infância, como maus tratos, negligência por parte dos pais, abuso sexual e até uma vida desorganizada, sem horários certos para comer ou dormir, podem favorecer a bipolaridade ou novas crises, segundo os psiquiatras.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do transtorno bipolar é clínico, com base no histórico do paciente, pois ainda não há exames de imagem ou laboratório para detectar a doença. E o tratamento deve ser contínuo, ou seja, para a vida toda. Normalmente são usados estabilizadores de humor, à base de lítio, anticonvulsivantes e/ou antipsicóticos.

"Não há como controlar a bipolaridade sem medicamentos, e eles devem ser usados sempre, não só nas crises", diz Silva.

Além disso, fazer acompanhamento terapêutico com um psicólogo pode aumentar as chances de melhora. Essa necessidade, porém, é avaliada caso a caso.

Os médicos recomendam, ainda, abstinência de cafeína, nicotina e álcool, e redução do açúcar da dieta. Remédios emagrecedores e outros estimulantes do sistema nervoso central devem ser abolidos.

"A adesão ao tratamento precisa ser muito bem trabalhada, com o paciente e a família. Eles devem ser esclarecidos e orientados, pois muitas vezes precisam mudar todo um estilo de vida", diz Silva.

Com os cuidados necessários, as pessoas com transtorno bipolar podem levar uma vida normal e bastante produtiva, ressaltam os médicos.

Luna D'Alama - G1/SP

sábado, 3 de agosto de 2013

Dilma estuda antecipar reforma ministerial - e acirra a briga no PT

INTRIGAS - A investida do ministro Mercadante contra o colega Guido Mantega irritou a presidente Dilma
INTRIGAS - A investida do ministro Mercadante contra o colega
Guido Mantega irritou a presidente Dilma
 (Andre Coelho/ Ag.
Globo e Didas Sampaio/Estadão Conteúdo)


Na edição passada, VEJA revelou uma iniciativa insólita do ministro da Educação, Aloizio Mercadante: o petista propôs ao vice-presidente da República, Michel Temer, que convencesse a presidente Dilma Rousseff a demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A natureza da conversa causou espanto. Primeiro, porque não é comum um ministro recorrer ao vice-presidente para tramar a queda de um colega - menos ainda quando esse colega comanda uma área sensível como a econômica. Segundo, porque Dilma resiste desde o início de seu mandato a exonerar Mantega, blindando-o das críticas recorrentes de parlamentares aliados, empresários e sindicalistas. Protagonista de uma conspiração clássica, Mercadante provocou um imenso mal-estar no governo. O ministro confirmou a reunião com Temer, mas se apressou em negar que esteja trabalhando pela demissão do companheiro. Já Mantega disse, protocolarmente, não acreditar que estivesse na mira de Mercadante, seu amigo há mais de trinta anos. E Dilma fez saber que não gostou nem um pouco da intriga e se mostrou insatisfeita com o movimento de Mercadante, ironicamente um dos auxiliares que ela mais tem ouvido.

Conhecida a conspirata, restou a dúvida sobre a razão do empenho e da ousadia de Mercadante na queda de Mantega. A resposta é simples: diante da possibilidade de não ser nomeado para a Casa Civil, ele passou a trabalhar para assumir a Fazenda, mantendo aceso o bom e velho fogo amigo petista. Com os programas do governo emperrados, o desempenho pífio da economia e a base aliada conflagrada no Congresso, auxiliares da presidente defendem a realização imediata de uma reforma ministerial como forma de recomeçar o governo. Dilma resiste à pressão. Ela alega que reduzir o número de ministérios, por exemplo, não resultará nem mesmo em economia significativa de despesas. Com a sucessão de protestos nas ruas e a queda de popularidade pesquisa após pesquisa, a presidente, no entanto, encomendou à Casa Civil um esboço de reforma administrativa. A iniciativa, se posta em prática, pode resultar no corte de ministérios e em mudanças em seus comandos. Foi essa discussão que mexeu com os brios do ministro da Educação. Uma das ideias em estudo prevê o remanejamento dos ministros Paulo Bernardo e Miriam Belchior.

Robson Bonin e Rodrigo Rangel - Veja

Crédito para aeroportos cubanos: Aberração político-ideológica?

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Recentemente, o Governo Federal concedeu um crédito de US$ 176 milhões para Cuba, a fim de que modernizem seus aeroportos. Após a leitura de notícias como essas, é natural que certas dúvidas venham à tona: "Por que especificamente  para Cuba, e não para países que podem precisar mais?"; "Tal capital não poderia estar sendo aplicado para melhorias relevantes para a população brasileira?"; "É ligítimo e razoável prestar apoio a um governo ditatorial?", "Em que medida o interesse brasileiro foi afetado por uma ideologia partidária?", "Poderia ser um meio de favorecer a incursão de simpatizantes ideológicos, em detrimento da população?", "Em que medida tais agentes podem ser, também, políticos, tendo em vista que provêm de um Estado totalitário?", "Qual a situação dos aeroportos brasileiros?", "Quais são os projetos para melhorar nossa infraestrutura aérea?", entre outras.

Talvez esses investimentos sejam uma tentativa de estreitar os laços com Cuba: já somos o sexto maior parceiro comercial do país, além de sermos o principal fornecedor alimentício. Isso demonstra, mais uma vez, que o Governo prefere fazer acordos políticos em detrimento da melhoria das condições de vida da população, que sofre enormemente com a falta de investimento internos eficazes e eficientes. Ainda pior, a conjunção das atividades de política externa pode revelar sub-reptícias intenções.

Uma premiação recente feita polo World airport awards, que mostra os 100 melhores aeroportos do mundo, aponta como melhor o aeroporto o de Changi, em Cingapura. O brasileiro mais qualificado foi o de Guarulhos, no entanto, como já era de se esperar, não estava na lista, não ficando nem ao menos entre os melhores da América do Sul - ficamos atrás dos aeroportos de Lima, Guayaquil e Santiago. Agora, a pergunta é a seguinte: como o Brasil, a sétima maior economia do mundo, com o PIB de US$ 2,42 trilhões e uma invulgar expressão internacional, não tem pelo menos um dentre os três melhores aeroportos da América do Sul - em comparação, por exemplo, com o Peru, que não movimenta mais do que US$ 325,4 bilhões (PIB) e possui o melhor?

Toda essa indagação foi feita, ainda, sem levar em conta que o Aeroporto de Guarulhos necessitou ser privatizado, ou seja, é provável que, se estivesse nas mãos do Estado, estaríamos em ainda piores condições e posições; portanto, se o de Guarulhos foi eleito o melhor do Brasil, seria razoável dar graças à iniciativa privada, ao menos pelo acréscimo qualitativo.

Casos como estes desvelam a dificuldade, por parte do poder público, de organizar e gerir os aeroportos, a qual é visível mesmo aos míopes e frequentemente noticiada pela mídia.

A chegada de grandes eventos no país nos próximos 3 anos demanda uma medida rápida pelo Governo Federal, que, vendo sua incapacidade em melhorar e construir infraestrutura adequada, comaça a transferir essa responsabilidade à iniciativa privada.

Percebe-se que, em certa medida, é a iniciativa privada notoriamente mais bem capacitada para realizar tais tarefas, disto decorrendo os esforços de privatização: Brasília, Campinas e Guarulhos; além da abertura de licitações para privatizar outros: Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte.

folhapolitica.org

O dia em que Joaquim Barbosa foi reprovado no Itamaraty. Saiba o que consta no relatório sobre o presidente do STF

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Em entrevista a Miriam Leitão, em O Globo, no dia 28, Joaquim Barbosa acusou o Itamaraty de ser “uma das instituições mais discriminatórias do Brasil”. Disse que depois de passar nas provas escritas para a carreira diplomática, foi barrado por racismo nas provas orais.
Ficou a dúvida: afinal, que provas orais eram essas?
No exame psicotécnico, feito no dia 7 julho de 1980, a questão da cor de fato aparece. No relatório, o avaliador relata que Barbosa “tem uma auto-imagem negativa, que pode parcialmente ter origem na sua condição de colored”. Mais: diz que suas atitudes eram agudas demais para alguém da carreira diplomática.
Barbosa enfrentou ainda uma banca em que cinco diplomatas deram notas inclusive para a sua aparência — descrita como “regular”. Alguns desses diplomatas são hoje embaixadores.
A propósito, desde meados dos anos 80 as provas do Itamaraty são apenas escritas. As provas orais começaram a ser feitas no final dos anos 70.
Tinham como objetivo detectar “subversivos”  (o Brasil estava sob uma ditadura, enfatize-se) e a condição sexual dos candidatos.
Ou seja, se eram homossexuais. “Qual é o nome de sua namorada?”, chegava a perguntar um dos psicólogos incumbidos do psicotécnico para, em seguida, mostrar ao candidato a ilustração de uma vagina e lhe perguntar o que via, de acordo com o relato de um diplomata que fez o teste em 1981.
As entrevistas também serviam, claro, a  idiossincrasias dos avaliadores. O próprio item “aparência”, no qual Barbosa, obteve um “regular”, é uma prova disso.
Lauro Jardim - Veja

quinta-feira, 27 de junho de 2013

‘O despreparo confirmado’, editorial do Estadão desta quarta-feira



Custa crer que a presidente Dilma Rousseff tenha falado sério quando propôs um “plebiscito popular” – existe outro? – para a convocação de uma Assembleia Constituinte, sem a participação dos atuais legisladores, com a incumbência exclusiva de fazer a reforma política. Essa foi a principal enormidade que apresentou na reunião de emergência da segunda-feira com os 27 governadores e 26 prefeitos de capitais, convocada para a presidente mostrar serviço à rua. Ela também pediu pactos nacionais para, entre outras coisas, tipificar a “corrupção dolosa” ─ existe outra? ─ como crime hediondo e pela responsabilidade fiscal para conter a inflação. Eis um faz de conta: ninguém contribuiu tanto para desmoralizar esse princípio do que o atual governo com a “contabilidade criativa” a que recorre para tapar os seus desmandos fiscais.

A ideia da Constituinte exclusiva ─ que teria sido soprada para a presidente pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Ceará, Cid Gomes ─ foi defendida pelo então presidente Lula na campanha reeleitoral de 2006, para exorcizar o mensalão denunciado no ano anterior. É um delírio político e jurídico. Chegue como chegar a respectiva proposta ao Legislativo, são remotas as chances de ser aprovada. É mais fácil Dilma se transformar da noite para o dia numa chefe de governo afável, pronta a ouvir e a respeitar os seus subordinados do que os congressistas entregarem de mão beijada a terceiras pessoas a atribuição, esta sim de sua alçada exclusiva, de aprovar mudanças na legislação eleitoral e partidária. E, raciocinando por absurdo, se o fizerem, a lei que vier a ser sancionada pela presidente deverá ser abatida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Plebiscitos e referendos o Congresso tem a prerrogativa de convocar ─ desde que os seus propósitos não colidam com a Constituição. O conceito de Constituinte exclusiva simplesmente inexiste na Carta de 1988. Uma assembleia do gênero não poderia ter o seu âmbito circunscrito de antemão. Nomeado por Dilma, o novo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que toma posse hoje, escreveu em 2010 que “ninguém pode convocar um Poder Constituinte e estabelecer previamente a (sua) agenda”. De resto, “não há absolutamente nada” na Constituição que impeça a reforma política. No mínimo, portanto, a Constituinte dilmista é uma falsa solução para um problema verdadeiro ─ a crônica relutância dos políticos em mexer nas regras sob as quais fizeram carreira.

O debate sobre o assunto data de 1993. Mas só na legislatura iniciada 10 anos depois a questão avançou. Uma comissão especial aprovou, com o endosso do PT, a proposta de seu relator, deputado Ronaldo Caiado, do então PFL, pelo financiamento público exclusivo das campanhas e o voto em listas fechadas para deputados e vereadores. A proposta, afinal, não vingou. Hoje, o que se tem é o projeto do deputado Henrique Fontana, do PT gaúcho. O texto conserva o financiamento público e o voto em lista, porém “flexível” em vez de fechada. O que tem de melhor é a extinção das coligações partidárias em eleições proporcionais, o que permite aos partidos nanicos vender aos maiores o seu tempo no horário de propaganda em troca de vagas na chapa comum. O ponto é que a reforma política não é um antídoto contra a corrupção.

Aplica-se, a respeito, o comentário do criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira sobre o segundo desatino da presidente ─ o de querer enquadrar a corrupção como crime hediondo. “A lei penal não inibe a prática de qualquer crime, especialmente de corrupção”, observa Mariz. “Acabar com a corrupção ou reduzi-la depende de mudança ética. Depende da classe política e da própria sociedade.” O pretendido enquadramento, para ele, é “medida demagógica, sem nenhum alcance prático”. A verdade, ao fim e ao cabo, é que seria ingênuo esperar de Dilma que tivesse chamado governadores e prefeitos para uma conversa objetiva e consequente – em vez de brindá-los com “qualquer nota”. Pouco antes, Dilma havia recebido os líderes do MPL, que pregam o transporte gratuito. À saída, uma deles, Mayara Vivian, foi ao nervo do problema. “A Presidência”, resumiu, “é completamente despreparada.”

Augusto Nunes - Veja

O Brasil descobriu que multidões fazem milagres

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O enterro sem choro nem vela da PEC 37, decretado pela Câmara nesta terça-feira por 430 votos contra 9, confirmou que multidão indignada faz milagre. Faz até deputado brasileiro criar juízo. Quando junho começou, os vigaristas que infestam e controlam a Casa dos Horrores estavam prontos para aprovar a proposta de emenda constitucional que proibiria o Ministério Público de promover investigações criminais. Antes que o mês chegasse ao fim, a patifaria foi sepultada em cova rasa.

Surpreendidos pelos atos de protesto que incluíram a rejeição da PEC 37 entre as bandeiras da revolta das ruas, os arquitetos da trama primeiro tentaram empurrar a votação para agosto. Até lá, imaginaram, os manifestantes teriam desistido de combater a corrupção impune. Erraram feio. O truque serviu apenas para aproximar a temperatura do ponto de combustão. Só então os conspiradores acharam sensato curvar-se  à vontade de incontáveis brasileiros exaustos de truques e tapeações.
A PEC 37 pretendia punir o Ministério Público não por seus defeitos, mas por suas virtudes. Foi concebida não para inibir eventuais excessos cometidos por promotores e procuradores, mas para impedi-los de obstruir caminhos que levam para longe da cadeia a bandidagem cinco estrelas. Precedida pela revogação do aumento das tarifas do transporte público, a capitulação  da turma que reduziu o Congresso a um clube dos cafajestes ensina que reivindicações nascidas na internet só vingam se ratificadas pela voz das ruas.
O abaixo-assinado virtual que protestava contra a volta de Renan Calheiros à presidência do Senado foi subscrito por mais de 1,5 milhão de eleitores. Deu em nada. Menos de 50 mil na porta do Congresso bastaram para enterrar a PEC da Impunidade (além de fazer um bando de indolentes trabalhar como nunca e, num caso exemplar de suicídio induzido, aprovar a toque de caixa um projeto que conferiu à corrupção status de crime hediondo. Se a coisa tivesse efeito retroativo, o Senado e a Câmara ficariam desertos). Quantos manifestantes serão necessários para obrigar Renan a renunciar ao cargo? Logo saberemos.
Também saberemos em breve se a ofensiva até aqui bem sucedida conseguirá livrar-se dos baderneiros, manter o vigor, encontrar alguma forma de organização e não perder o rumo. Caso se dê a favorável conjunção dos astros, a instauração de uma CPI da Copa se tornará questão de tempo, o Maracanã escapará das mãos dos eikes batistas, o STF tratará de acelerar o julgamento do mensalão e os ministros recém-chegados não ousarão socorrer quadrilheiros condenados à prisão. Fora o resto.
O que já ocorreu é suficiente para que o inverno de 2013 seja lembrado como a estação das descobertas essenciais. Primeiro, os brasileiros descobriram que pagam todas as contas e são tungados há anos. Depois descobriram que o Brasil Maravilha só existe num palanque ambulante e na cabeça habitada por um neurônio solitário. Descobriram em seguida que Lula, Dilma e o PT são campeões de popularidade apenas entre donos de institutos de pesquisa, e que o exército de milicianos decididos a morrer pelo PT só é capaz de matar de rir.
Por falta de partidos que os representassem, descobriram também que poderiam ser seus próprios porta-vozes. Vão descobrindo agora que, num regime democrático, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário não podem atrever-se a ignorar, subestimar ou sufocar um poder muito maior. O poder que emana do povo.
Augusto Nunes - Veja

domingo, 9 de junho de 2013

'The Guardian' revela identidade de fonte de vazamentos de dados nos EUA

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Um ex-técnico da CIA, a agência de inteligência americana, e atual funcionário da empresa de consultoria de defesa e estratégia Booz Allen Hamilton é a fonte que revelou ao jornal britânico "The Guardian" as informações confidenciais sobre programas de vigilância de comunicação dos EUA, informou a publicação neste domingo (9).

"Não tenho nenhuma intenção de me esconder porque sei que não fiz nada de errado", disse Edward Snowden, de 29 anos, que está em Hong Kong desde 20 de maio, em entrevista publicada no site do "Guardian".

Snowden deixou a CIA em 2009 e, nos últimos quatro anos, trabalhou na Agência de Segurança Nacional dos EUA como empregado de várias empresas terceirizadas, incluindo a Booz Allen Hamilton.

Em nota que acompanha o primeiro conjunto de documentos divulgados por ele, Snowden diz: "Entendo que eu vou sofrer por minhas ações", mas "estarei satisfeito se a política de leis secretas, perdão desigual e poderes executivos irresistíveis que governam o mundo que eu amo seja revelada, nem que seja por um instante".

Apesar de ter tornado públicas várias informações secretas, o homem insistiu que quer evitar os holofotes da mídia.

"Não quero atenção do público, porque não quero que a história seja sobre mim. Quero que seja sobre o que o governo dos EUA está fazendo. (...) Realmente quero que o foco esteja sobre esses documentos e sobre os debates que espero que isso desencadeie entre os cidadãos sobre o tipo de mundo que queremos viver. Minha única motivação é informar o público sobre o que é feito em nome dele e o que é feito contra ele", disse ao "Guardian".

Até agora, Snowden levava uma vida confortável, que incluía um salário anual de US$ 200 mil (R$ 426 mil), uma carreira estável e uma casa no Havaí, onde morava com a namorada.

"Estou disposto a sacrificar tudo isso porque não posso, em sã consciência, permitir que o governo dos EUA destrua a privacidade, a liberdade na internet e as liberdades fundamentais de pessoas ao redor do mundo, com essa máquina de vigilância maciça que está construindo secretamente."

Entenda o caso
A revelação, feita pela imprensa, de que o governo dos EUA espiona telefonemas e atividades online de seus cidadãos colocou o governo do presidente Barack Obama na defensiva na sexta-feira (7).

Obama disse na sexta que os parlamentares americanos estavam informados sobre as atividades de espionagem do governo, tema de polêmica desde que foram reveladas pela imprensa nos últimos dias. O democrata afirmou que as conversas telefônicas dos americanos "não estão sendo ouvidas" e que as salvaguardas constitucionais estão sendo garantidas no processo de monitoramento.

"Ninguém está ouvindo suas ligações telefônicas. O programa não é isso", disse o presidente no Vale do Silício, na Califórnia, em seus primeiros comentários sobre o tema.

"O que a comunidade de inteligência está fazendo é olhar os números de telefone e a duração das chamadas. Eles não estão olhando os nomes das pessoas nem o conteúdo, mas estudando os chamados metadados, que podem identificar algumas tendências para ajudar as autoridades a interromper potenciais planos terroristas", disse.

O jornal "Washington Post" informou na quinta-feira (6) que as autoridades federais dos EUA têm usado os servidores centrais de empresas como Google, Apple e Facebook para ter acesso a e-mails, fotos e outros arquivos dos usuários, permitindo a analistas rastrear movimentos e contatos das pessoas.

A informação aumentou as preocupações com a privacidade em todo o mundo, ainda mais após uma reportagem do "Guardian" afirmando que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) havia obtido registros telefônicos de milhões de clientes de uma subsidiária da empresa de telecomunicações Verizon Communications.

G1-France Presse

Ex-ministro da China Comunista pode ser condenado à morte por corrupção

O ex-ministro de Ferrovias da China Liu Zhijun pode ser condenado à morte por corrupção. Ele foi acusado de ter recebido 64,6 milhões iuans (R$ 22,5 milhões) em propinas entre 1986 e 2011. Zhijun compareceu neste domingo (9) em uma audiência em um tribunal de Pequim.

O ex-ministro chinês das Ferrovias compareceu neste domingo a um tribunal de Pequim acusado de abuso de poder e corrupção    (Foto: CCTV/Reuters)

Após o escândalo vir à tona em 2011, Zhijun foi expulso do Partido Comunista chinês. Segundo as autoridades, Liu recebeu propinas e abusou do seu cargo para ajudar o presidente de uma firma de investimentos a obter um "enorme lucro ilegal".

Ele também é acusado de ter favorecido 11 pessoas, com aumentos de salários ou atribuição de contratos.

A televisão estatal chinesa exibiu imagens do ex-ministro, interrogado de pé e visivelmente mais magro, em um tribunal de Pequim.

A audiência não foi anunciada de maneira antecipada e o público autorizado a acompanhar os debates foi selecionado minuciosamente, como é habitual na China.

Os atos de Liu Zhijun afetaram consideravelmente a imagem da rede ferroviária chinesa, muito admirada até então pela rapidez de sua construção.

A agência oficial Xinhua citou "importantes prejuízos às finanças públicas e aos interesses do Estado e do povo".

O advogado de defesa, Qian Lieyang, afirmou à imprensa local que o cliente não rejeitou as acusações e que os debates foram sobre as quantidades desviadas pelo ex-ministro.

O presidente Xi Jinping, que assumiu o cargo em março, se comprometeu a lutar contra a corrupção em todos os níveis, um problema que afeta, segundo ele, o futuro do Partido Comunista.

Cada novo governo anuncia que a luta contra a corrupção será uma prioridade, mas até agora não foram executadas grandes operações.
Ex-ministro de Ferrovias da China Liu Zhijun pode ser condenado à morte por corrupção (Foto: CCTV/Reuters)

G1-SP

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Segundo o Jornal 'The Guardian' diz que EUA rastreiam usuários de Google e Facebook

O governo norte-americano tem acesso direto aos sistemas de Google, Facebook, Apple e outras empresas gigantes da internet do país, de acordo com um documento secreto divulgado na noite desta quinta-feira (6) pelo jornal britânico “The Guardian”. Com o acesso, segundo o jornal, o governo monitora secretamente o que usuários considerados suspeitos fazem: o histórico de buscas e o conteúdo de e-mails, arquivos e de bate-papos on-line.
Até a última atualização desta reportagem, o governo de Barack Obama não havia se pronunciado sobre a reportagem do "Guardian", e várias das empresas citadas negaram.
A nova denúncia veio horas depois de a Casa Branca admitir, nesta quinta, que o governo dos Estados Unidos espionou registros telefônicos de pelo menos uma operadora, a Verizon, em resposta a documentos divulgados também pelo "Guardian" na quarta (5).
Segundo o jornal, os dados são coletados pela polícia federal dos Estados Unidos (FBI) e a pela Agência Nacional de Segurança (NSA) em busca de fazer conexões entre hábitos suspeitos na internet.
As companhias são Google, MicrosoftYahoo!, Facebook, PalTalk, AOL e Apple. Apesar de serem serviços, YouTube (Google) e Skype (Microsoft) também estão na lista.
A ferramenta de armazenamento na rede Dropbox é descrita como uma das próximas a entrar na lista.
Os órgãos extraem áudios, vídeos, fotografias, e-mails, documentos e logs de acessos. O intuito é rastrear o movimento de certas pessoas na web e monitorar os contatos que fazem na rede.
Segundo a publicação, o programa supersecreto, chamado PRISM, foi estabelecido em 2007, mas não havia vindo a público antes.
O jornal obteve um relatório interno da operação no Vale do Silício, na Califórnia, lar da maioria dessas empresas. No documento, um analista da NSA descreveu o PRISM como a ferramenta que mais contribui com o relatório diário da presidência. Em 2012, o programa foi fonte de quase 1,5 mil artigos.
Segundo o “Post”, a situação é mais chocante porque a NSA, que deveria se dedicar a missões de inteligência externa, está envolvida em um programa de monitoramento de empresas americanas, que armazenamento milhões de contas de cidadãos americanos.
Isso justifica a presença do PalTalk na lista, apesar de pouco usado. Durante a Primavera Árabe e a guerra civil da Síria, o bate-papo registrou um tráfego de dados significante.
Espionagem telefônica
O governo dos Estados Unidos admitiu nesta quinta-feira que chegou a espionar registros telefônicos de pelo menos uma operadora de telefonia, reabrindo o debate sobre privacidade no país, ao mesmo tempo em que defendeu a prática como necessária para proteger os norte-americanos contra ataques terroristas. O jornal “The Guardian” publicou na quarta (5) uma ordem judicial secreta relacionada aos registros de milhões de clientes da Verizon Communications.

"O documento mostra pela primeira vez que, sob o governo Obama são recolhidos indiscriminadamente e em grandes quantidades os registros de comunicações de milhares de cidadãos americanos, independentemente de serem ou não suspeitos", disse o "The Guardian".
Fachada da Verizon, empresa que está no centro das denúncias de que o governo dos Estados Unidos monitora e espiona telefones (Foto: Mike Blake/Reuters)Fachada da Verizon, empresa que está no centro das denúncias de que o governo dos Estados Unidos monitora e espiona telefones (Foto: Mike Blake/Reuters)
Segundo um alto funcionário do governo do presidente democrata, esta ordem judicial referia-se apenas aos dados, como número de telefone e duração de chamada - e não às identidades das pessoas ou ao conteúdo das conversas.
"Isso permite que o pessoal de combate ao terrorismo descubra se os terroristas conhecidos ou suspeitos tiveram ou têm contato com outras pessoas que podem estar envolvidas em atividades terroristas", disse ele, que não quis ser identificado.
O porta-voz do governo americamo, Josh Earnest, disse que Obama saúda o debate público sobre o balanço entre liberdades civis e segurança, mas está determinado a usar todas as ferramentas disponíveis para manter os Estados Unidos seguros.
"A prioridade máxima do presidente dos Estados Unidos é a segurança nacional dos Estados Unidos. Devemos estar certos de que contamos com as ferramentas de que precisamos para enfrentar as ameaças dos terroristas", acrescentou.
Congresso sabia, diz secretário
O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que os membros do Congresso estavam "totalmente informados" do programa de coleta de informações que incluía o monitoramento de telefonemas da Verizon. Holder afirmou que não é "apropriado" para ele falar mais em público sobre o tema.

Alvo de críticas
Muitos ativistas se manifestaram assim que souberam sobre a denúncia de espionagem telefônica.

"Trata-se de um programa no qual um número não especificado de pessoas inocentes é colocado sob o controle permanente de agentes do governo", disse Jameel Jaffer, vice-diretor legal da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).
O ex-vice-presidente democrata Al Gore também se pronunciou em sua conta no Twitter: "Nesta era digital, a privacidade deve ser uma prioridade. Sou só eu, ou este manto secreto de controle é obscenamente ultrajante?"
Imediatamente, não houve reações da Verizon, que, junto com AT&T, Sprint e T-Mobile, são as maiores operadoras telefônicas do país, onde 87% da população possui um telefone celular.
"Agora que este controle anticonstitucional foi revelado, o governo deve acabar com ele e informar sobre seu alcance real", disse Michelle Richardson, do escritório legislativo da ACLU em Washington.
O Congresso Americano  também deve fazer uma profunda investigação, acrescentou.
G1-SP

domingo, 12 de maio de 2013

MEC abre nesta segunda-feira as inscrições para o Enem 2013

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As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2013) serão abertas, segundo o edital, às 10h (de Brasília) desta segunda-feira (13) e podem ser feitas até as 23h59 do dia 27 de maio no site do Enem. A taxa de inscrição custa R$ 35 e pode ser paga até o dia 29 deste mês. O exame será realizado nos dias 26 e 27 de outubro.

O Ministério da Educação calcula que 6,1 milhões de estudantes deverão se inscrever para as provas podem garantir acesso a universidades federais e institutos federais de ensino superior, e nesta edição de 2013 promete mais rigor na correção da prova de redação e um investimento maior na segurança para evitar fraudes.

Criado em 1998, o Enem tem suas notas usadas no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para vagas em universidades e institutos federais. O exame já tinha sido adotado em sua totalidade por várias universidades de destaque como a UFRJ e UFF, e nesta edição substituirá os vestibulares da UFMG, UnB, UFJF, Ufes e UFRN, entre outras.

CRONOGRAMA DO ENEM 2013
Início das
inscrições
13/05 (10h)
Término das inscrições
27/05 (23h59)
Pagamento
das incrições
Até 29/05
Taxa de
inscrição
R$ 35

Data das
provas
26/10 (13h - 17h30):
- ciências humanas
- ciências da natureza                      
27/10 (13h - 18h30):
- linguagens
- matemática
- redação
Divulgação do gabarito
Até dia 30/10
 
Resultado individual
Data a ser divulgada
Fonte: Inep
O Enem também é usado para o candidato pedir bolsa de estudos pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), solicitar benefícios do Programa de Financiamento Estudantil (Fies), e obter certificado de conclusão do ensino médio.

Como se inscrever
A isenção do pagamento da taxa pode ser feita por meio do sistema de inscrição e é conferida ao aluno que vai concluir o ensino médio em 2013 em escola da rede pública declarada ao Censo Escolar ou a estudantes que se declaram membros de família com renda per capita de um salário-mínimo e meio. Para isso, será preciso apresentar documentos que comprovem sua condição. Os documentos serão analisados pelo Inep, que poderá negar a isenção.

No ato de inscrição, o candidato deve fornecer o número de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e o seu número do documento de identidade (RG). Estudantes com necessidades especiais deverão informar no ato da inscrição sua situação. O Inep oferece provas diferenciadas, intérpretes e salas de aula e mobiliários acessíveis. Neste ano, também serão oferecidas duas opções de tamanho de letra da prova. Além da usada pelos demais candidatos. Quem tiver necessidade poderá optar pela prova com letra ampliada (fonte de tamanho 18 e com figuras ampliadas) e pela prova com letra super ampliada (fonte de tamanho 24 e com figuras ampliadas).

Estudantes que estão internados e recebem aulas dentro do hospital poderão realizar a prova no próprio hospital, desde que indiquem a necessidade na inscrição.

Quem for usar o Enem para obter a certificação de conclusão do ensino médio deverá indicar uma das instituições certificadoras que estará autorizada a receber seus dados cadastrais e resultados. Para receber a certificação, é necessário tirar nota mínima de 450 nas quatro provas e 500 na redação.

O edital indica ainda que cabe ao candidato verificar no sistema do Inep se a inscrição foi concluída com sucesso. Que não for isento deverá acompanhar a confirmação do pagamento da taxa. O candidato deverá guardar número da inscrição e a senha. Elas são indispensáveis para todo o processo do Enem, como inscrição, realização da prova, obtenção dos resultados e participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona os alunos melhores classificados no Enem para vagas em universidades públicas cadastradas

Também será usado nos programas de bolsa de estudos (Prouni) e de financiamento estudantil (Fies), entre outros programas do Ministério da Educação, como o Ciência sem Fronteiras. O Comprovante da Inscrição estará disponível no http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao, site ainda fora do ar.

ÁREAS DO CONHECIMENTO
Ciências humanas e suas tecnologias: história, geografia, filosofia e sociologia
Ciências da natureza e suas tecnologias: química, física e biologia
Linguagens, códigos e suas tecnologias e redação: língua portuguesa, literatura, língua estrangeira (inglês ou espanhol), artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação
Matemática e suas tecnologias: matemática
As provas
O Enem será realizado nos dias 26 e 27 de outubro. O exame tem quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha e uma redação. As provas vão tratar de quatro áreas de conhecimento do ensino médio (veja ao lado).

Para a realização, das provas o candidato deverá usar somente caneta com tinta esferográfica preta e feita com material transparente.

As provas terão início às 13h e os portões serão abertos às 12h (sempre no horário de Brasília). No dia 26 de outubro, os candidatos farão as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, até as 17h30. No dia 27 de outubro serão realizadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias, que terminarão às 18h30. O candidato só pode entregar o gabarito e deixar a sala após duas horas de prova. Para levar o caderno de questões, é necessário esperar na sala até que faltem 30 minutos para o fim da prova.

O Inep recomenda que os candidatos cheguem ao local de prova ao meio-dia (horário de Brasília). É obrigatória a apresentação de documento de identificação original com foto para a realização das provas. Quem não tiver o documento deverá apresentar boletim de ocorrência emitido no máximo 90 dias antes da data da prova e se submeter a uma identificação especial e preenchimento de formulário próprio.

Conferência dos dados
Antes de iniciar as provas, de acordo com o edital, o candidato deverá verificar se o seu caderno de questões contém a quantidade de questões indicadas no seu cartão-resposta e contém qualquer defeito gráfico que impossibilite a resposta às questões. O estudante deverá ler e conferir todas as informações registradas no caderno de questões, no cartão-resposta, na folha de redação, na lista de presença e demais documentos do exame.

Se notar alguma coisa errada, o candidato deverá imediatamente comunicar ao aplicador de sua sala para que ele tome as providências cabíveis no momento da aplicação da prova.

Segundo o edital, a capa do caderno de questões possui informações sobre a cor do mesmo e uma frase em destaque, e caberá obrigatoriamente ao candidato marcar nos cartões-resposta, a opção correspondente à cor da capa do caderno de questões; transcrever nos cartões-resposta a frase apresentada na capa de seu caderno de questões. As respostas das provas objetivas e o texto da redação do deverão ser transcritos, com caneta esferográfica de tinta preta fabricada em material transparente, nos respectivos cartões-resposta e folha de redação, que deverão ser entregues ao aplicador ao terminar o exame.

O que não pode
O edital proíbe ao candidato, sob pena de eliminação, falar com outros candidatos, usar lápis, lapiseira, borracha, livros, manuais, impressos, anotações, óculos escuros, calculadora, agendas eletrônicas, celulares, smartphones, tablets, ipod, gravadores, pen drive, mp3 ou similar, relógio ou qualquer receptor ou transmissor de dados e mensagens.

O edital afirma que é obrigação do candidato "guardar, ao ingressar em sala de provas, em embalagem porta-objetos fornecida pelo aplicador, telefone celular desligado, quaisquer outros equipamentos eletrônicos desligados e outros pertences listados anteriormente, sob pena de eliminação do exame". No último Enem, dezenas de candidatos foram eliminados depois que tiraram fotos com celular do cartão de respostas, antes do início da prova, e as postaram em redes sociais.

Todos os pertences que não sejam a caneta azul de material transparente e o documento de identificação deverão ser guardados em um porta-objetos com lacre, que deverá ficar embaixo da carteira do candidato e só poderá ser reaberto após a saída dele da sala de prova.
VEJA AS COMPETÊNCIAS DA REDAÇÃO
Competência I: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita
Competência II: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Competência III: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência IV: Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência V: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Fonte: Inep
A redação
O sistema de correção do Enem ficou ainda mais rígido em 2013. A partir deste ano, três mudanças devem garantir uma correção mais rigorosa neste ano: a proibição do deboche, a exigência do domínio da norma culta para receber a nota máxima e a redução da discrepância máxima nas notas dos dois corretores para que a redação seja encaminhada por uma terceira avaliação independente.

Além de alterar as regras para anulação da redação parar incluir as tentativas de deboche, classificadas como tendo "parte do trecho deliberadamente desconectada com o tema proposto", o MEC agora vai exigir uma justificativa dos corretores para aceitar que uma redação contendo erro de português receba a nota máxima. O ministério ainda diminuiu a discrepância máxima aceita entre os dois corretores.
A nota final corresponde à média aritmética simples das notas atribuídas pelos dois corretores. Caso haja discrepância de 100 pontos ou mais na nota final atribuída pelos corretores (em uma escala de 0 a 1.000), ou de 80 pontos ou mais em pelo menos uma das competências, a redação passará por um terceiro corretor, em um mecanismo que o Inep chama de "recurso de oficio".
Se a discrepância persistir, uma banca certificadora composta por três avaliadores examinará a prova. Os candidatos poderão solicitar vistas da correção, porém não poderão pedir a revisão da nota.
Além das provas com deboche, será atribuída nota zero à redação: que não atender a proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo; sem texto escrito na folha de redação, que será considerada "em branco"; com até sete linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará "texto insuficiente"; linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no caderno de questões serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas; com impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, que será considerada "anulada".
Os resultados
Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados no site http://www.inep.gov.br/enem até o terceiro dia útil após as provas, ou seja, até 30 de outubro. Os candidatos poderão acessar os resultados individuais do Enem 2013 em data que ainda será divulgada, mediante inserção do número de inscrição e senha ou CPF e senha no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br/.

O Inep diz que a utilização dos resultados individuais do Enem para fins de certificação, seleção, classificação ou premiação não é de responsabilidade do órgão, mas das entidades às quais os dados serão informados pelo candidato.
O Inep não fornecerá atestados, certificados ou certidões relativas à classificação ou nota dos candidatos. De acordo com a portaria publicada no "Diário Oficial", a inscrição do participante implica a aceitação das disposições, diretrizes e procedimentos para a edição do Enem contidas no edital. Para os adultos submetidos a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas, que incluam privação de liberdade, haverá um edital para o processo de inscrição específico.
G1-SP