sábado, 22 de setembro de 2012

Um espanto: fotógrafa documenta diariamente um lanche do McDonald’s que, 2 anos depois de comprado, ainda não se deteriorou


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"Happy Meal Project": as batatas fritas e o hambúrguer fotografados no primeiro dia
Oito anos depois do documentário Super Size Me, que obrigou a rede de fast food McDonald’s a reformular seu cardápio no mundo inteiro, incluir alimentos saudáveis nos famosos combos, como frutas e saladas, e investir pesadamente numa campanha para melhorar sua imagem de disseminadora de alimentação prejudicial à saúde — o que o documentário sugeria fortemente –, a cadeia internacional está diante de um novo desafio.
Trata-se do Happy Meal Project, da artista plástica e fotógrafa novaiorquina Sally Davies que, em 2010 resolveu registrar em fotografias diárias o processo de decomposição de um McLanche Feliz, formado por um hambúrguer e uma porção de batatas fritas. O lanche não está em geladeira nem nada parecido: fica no ambiente natural de uma casa.
Com o passar do tempo, a fotógrafa ficou estupefata: o sanduíche e as batatinhas continuavam com a mesma aparência, não mostrando sinais de alteração. Como se fossem de borracha ou de isopor.
No dia 10 de abril, o projeto completou 2 anos e — pasmem! — estava tudo igualzinho ao primeiro dia. As fotos, todas as 756 delas, estão expostas em seu site, e em seu espaço no flickr, e mostram que a única variação se deu no pão do hambúrguer, que se partiu em alguns pedaços devido ao ressecamento.
“Eu demoro a acreditar que se passaram dois anos desde o dia em que o comprei”, disse a fotógrafa dà agência espanhola de notícias EFE. “Eu pareço dois anos mais velha, mas para o hambúrguer o tempo não passa”.

Dia 756: o pão secou e se partiu em alguns pedaços; a carne do hambúrguer encolheu um pouco e endureceu, e as batatas fritas têm quase o mesmo aspecto
As batatinhas e o hambúrguer, 756 dias depois: tudo o que aconteceu foi que o pão secou e se partiu em alguns pedaços; a carne do hambúrguer encolheu um pouco e endureceu, e as batatas fritas têm quase o mesmo aspecto
“Continuarei fotografando o hambúrguer até que ele se desintegre, o que pode custar o resto da minha vida natural”, explicou a artista, que constatou como nos 751 dias em que se dedica a fotografar esse exemplo de fast-food muito pouco mudou nos componentes do lanche infantil.
Davies acha que o lanche que comprou há mais de dois anos sofreu algum tipo de desidratação mas não iniciou nenhum processo de putrefação. E se pergunta que qualidades nutricionais que pode ter “um alimento que não apodrece nem se corrompe com a passagem do tempo”.

Ricardo Setti - Veja

Em pleno julgamento do mensalão, está para sair primeira sentença de processo em que Lula é réu por improbidade administrativa


Lula: carta para aposentados e pensionistas do INSS com informações sobre crédito consignado teria favorecido o banco BMG, diz o Ministério Público (Foto: Leandro Martins / Futura Press)
Reportagem publicada hoje na seção País do jornal O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de ser responsável por um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos, buscar autopromoção, fazer publicidade pessoal e favorecer o Banco BMG, ao enviar a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma carta com informações sobre o programa de crédito consignado do governo federal.
As acusações foram listadas pelo Ministério Público Federal em documento anexado ao processo que investiga atos de improbidade administrativa atribuídos a Lula.
A denúncia pede que o ex-ministro da Previdência Social Amir Lando devolva os R$ 10 milhões ao Erário. Lula e Lando são réus no processo, que começou a tramitar na Justiça Federal no Distrito Federal em janeiro de 2011. O documento do MPF, de agosto deste ano e ao qual O GLOBO teve acesso, é uma réplica da procuradora da República Luciana Loureiro à defesa preliminar apresentada por Lula, por meio da Advocacia Geral da União (AGU). O juiz Paulo César Lopes, diz que decidirá até o fim deste mês se dá prosseguimento à ação.
Lula e Lando assinaram as cartas enviadas a aposentados e pensionistas em 2004. O MPF ofereceu a denúncia à Justiça sete anos depois; o processo está prestes a ter uma primeira decisão judicial. Na réplica anexada, a procuradora rebate os argumentos da AGU. Segundo Luciana, ele não tem direito a foro privilegiado no caso da ação de improbidade nem pode ser beneficiado pela prescrição da pena, ao contrário do que requereu a AGU.
Segundo a procuradora, Lula e Lando tiveram responsabilidade na ordem dada à Dataprev (empresa pública responsável pelos dados da Previdência Social) para a execução do serviço. Para o MPF, os serviços foram feitos sem contrato.
O ex-ministro da Previdência Amir Lando também é acusado no processo (Foto: Agência Brasil)
A AGU, que fez a defesa de Lula, afirma que a ação civil pública não pode se somar à acusação de improbidade e que a lei de improbidade administrativa não se aplica a agentes políticos, caso de Lula. Os advogados dizem que ele, por ser ex-presidente, deve ter foro privilegiado e só ser processado no Supremo Tribunal Federal. O caso, diz a defesa, estaria prescrito. Para a AGU, a carta dirigida a pensionistas “tem caráter informativo. O texto não enaltece a figura do governante”.
A ação de improbidade sobre o envio das cartas tem conteúdo semelhante a um inquérito sigiloso em tramitação no Supremo, aberto a partir da denúncia principal do mensalão. O inquérito apura “fatos relacionados às irregularidades no convênio firmado entre o Banco BMG e o INSS/Dataprev para a operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O procurador-geral da República ainda não apresentou denúncia nem revela os investigados.
Para o MPF, o prazo para prescrição (cinco anos após o fim do mandato) deve ser contado a partir do fim do segundo mandato de Lula, e não do primeiro, como quer a AGU. A Lei de Improbidade Administrativa prevê perda dos direitos políticos por até dez anos e ressarcimento. Lando não foi localizado.

domingo, 16 de setembro de 2012

REVELADOS SEGREDOS EXPLOSIVOS DE VALÉRIO, QUE TEME SER ASSASSINADO: 1) Mensalão movimentou R$ 350 milhões; 2) Lula, com Dirceu de braço direito, era o chefe; 3) presidente recebia pessoalmente doadores clandestinos; 4) publicitário se encontrou no Palácio com Dirceu e Lula várias vezes; 5) Delúbio, o tesoureiro, dormia com frequência no Alvorada


          

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Vocês já viram a capa da revista VEJA. A reportagem traz informações estarrecedoras. O publicitário Marcos Valério sabe que vai para a cadeia — e não será por pouco tempo. E está, obviamente, infeliz e revoltado. Acha que será o principal punido de uma cadeia criminosa que tinha, segundo ele, na chefia, ninguém menos do que Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República — aquele mesmo que, ao encerrar o segundo mandato, assegurou que iria investigar quem havia inventado essa história de mensalão, “uma mentira”… Reportagem de capa de Rodrigo Rangel, na VEJA desta semana, revela, agora, um Marcos Valério amargo e, como se vê, propenso a falar o que sabe — o que tem feito com alguns amigos. Só que ele está com medo de morrer. Tem certeza de que será assassinado se falar tudo o que sabe. Acho, no entanto, que ele deveria fazê-lo. Os que podem estar interessados na sua morte temem justamente o que ele não contou — e a melhor maneira de preservar o segredo é eliminando-o. Que peça proteção formal ao Estado e preste um serviço aos brasileiros.
Na sessão de quinta-feira do Supremo, num dia em que não temeu em nenhum momento o ridículo, o ministro Dias Toffoli — que vinha tendo uma boa atuação até o julgamento do mensalão (ele decida o que fazer de sua biografia!) — ensaiou uma distinção politicamente pornográfica entre “o valerioduto” (cuja existência ele admitiu, tanto que condenou o empresário) e o “mensalão como chama a imprensa”… Ficou claro que o ministro acha que são coisas distintas, como se o empresário tivesse delinquido, sei lá, apenas por interesse pessoal. A verdade, assegura Valério, é bem outra. Abaixo, seguem trechos da reportagem de VEJA. Reputo como o texto jornalístico mais explosivo publicado no Brasil desde a entrevista de Pedro Collor às Páginas Amarelas da VEJA. Abaixo, uma síntese das sete páginas.
“O CAIXA DO PT FOI DE R$ 350 MILHÕES”A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. (…) “Da SM P&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA”.
(…)
LULA ERA O CHEFE DO ESQUEMA, COM JOSÉ DIRCEULula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: “Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava”.
(…)
VALÉRIO SE ENCONTROU COM LULA NO PALÁCIO DO PLANALTO VÁRIAS VEZESA narrativa de Valério coloca Lula não apenas como sabedor do que se passava, mas no comando da operação. Valério não esconde que se encontrou com Lula diversas vezes no Palácio do Planalto. Ele faz outra revelação: “Do Zé ao Lula era só descer a escada. Isso se faz sem marcar. Ele dizia vamos lá embaixo, vamos”. O Zé é o ex-ministro José Dirceu, cujo gabinete ficava no 4º andar do Palácio do Planalto, um andar acima do gabinete presidencial. (…) Marcos Valério reafirma que Dirceu não pode nem deve ser absolvido pelo Supremo Tribunal, mas faz uma sombria ressalva. “Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos”, disse, na semana passada, em Belo Horizonte. Indagado, o ex-presidente não respondeu.
(…)
PAULO OKAMOTTO, ESCALADO PARA SILENCIAR VALÉRIO, TERIA AGREDIDO FISICAMENTE A MULHER DO PUBLICITÁRIO

“Eu não falo com todo mundo no PT. O meu contato com o PT era o Paulo Okamotto”, disse Valério em uma conversa reservada dias atrás. É o próprio Valério quem explica a missão de Okamotto: “O papel dele era tentar me acalmar”. O empresário conta que conheceu o Japonês, como o petista é chamado, no ápice do escândalo. Valério diz que, na véspera de seu primeiro depoimento à CPI que investigava o mensalão, Okamotto o procurou. “A conversa foi na casa de uma funcionária minha. Era para dizer o que eu não devia falar na CPI”, relembra. O pedido era óbvio. Okamotto queria evitar que Valério implicasse Lula no escândalo. Deu certo durante muito tempo. Em troca do silêncio de Valério, o PT, por intermédio de Okamotto, prometia dinheiro e proteção. A relação se tornaria duradoura, mas nunca foi pacífica. Em momentos de dificuldade, Okamotto era sempre procurado. Quando Valério foi preso pela primeira vez, sua mulher viajou a São Paulo com a filha para falar com Okamotto. Renilda Santiago queria que o assessor de Lula desse um jeito de tirar seu marido da cadeia. Disse que ele estava preso injustamente e que o PT precisava resolver a situação. A reação de Okamotto causa revolta em Valério até hoje. “Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi correndo para o banheiro, chorando.”

O PT PROMETEU A VALÉRIO QUE RETARDARIA AO MÁXIMO O JULGAMENTO NO STFO empresário jura que nunca recebeu nada do PT. Já a promessa de proteção, segundo Valério, girava em torno de um esforço que o partido faria para retardar o julgamento do mensalão no Supremo e, em último caso, tentar amenizar a sua pena. “Prometeram não exatamente absolver, mas diziam: ‘Vamos segurar, vamos isso, vamos aquilo’… Amenizar”, conta. Por muito tempo, Marcos Valério acreditou que daria certo. Procurado, Okamotto não se pronunciou.
“O DELÚBIO DORMIA NO PALÁCIO DA ALVORADA”Nos tempos em que gozava da intimidade do poder em Brasília, Marcos Valério diz guardar muitas lembranças. Algumas revelam a desenvoltura com que personagens centrais do mensalão transitavam no coração do governo Lula antes da eclosão do maior escândalo de corrupção da história política do país. Valério lembra das vezes em que Delúbio Soares, seu interlocutor frequente até a descoberta do esquema, participava de animados encontros à noite no Palácio da Alvorada, que não raro servia de pernoite para o ex-tesoureiro petista. “O Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com Lula à noite. Alguma vez isso ficou registrado lá dentro? Quando você quer encontrar (alguém), você encontra, e sem registro.” O operador do mensalão deixa transparecer que ele próprio foi a uma dessas reuniões noturnas no Alvorada. Sobre sua aproximação com o PT, Valério conta que, diferentemente do que os petistas dizem há sete anos, ele conheceu Delúbio durante a campanha de 2002. Quem apresentou a ele o petista foi Cristiano Paz, seu ex-sócio, que intermediava uma doação à campanha de Lula.
(…)
EMPRÉSTIMOS DO RURAL FORAM FEITOS COM AVAL DE LULA E DIRCEU“O banco ia emprestar dinheiro para uma agência quebrada?” Os ministros do STF já consideraram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro — com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores — não foi um favor a ele, mas ao governo Lula. “Você acha que chegou lá o Marcos Valério com duas agências quebradas e pediu: ‘Me empresta aí 30 milhões de reais pra eu dar pro PT’? O que um dono de banco ia responder?” Valério se lembra sempre de José Augusto Dumont, então presidente do Rural. “O Zé Augusto, que não era bobo, falou assim: ‘Pra você eu não empresto’. Eu respondi: ‘Vai lá e conversa com o Delúbio’. ”A partir daí a solução foi encaminhada. Os empréstimos, diz Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. “Se você é um banqueiro, você nega um pedido do presidente da República?”
(…)
Reinaldo Azevedo - Veja

E os PETRALHAS desta vez não gritaram: “CADÊ O ÁUDIO?” - ah , grita, vai... queremos ouvir!


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Ué… Que estranho!!! Desta vez a esgotosfera não está pedindo o áudio com a entrevista de Marcos Valério. Por quê? 
Será que a canalhada, desta vez, sabe mais do que eu?
Peçam o áudio, vai!!!
Leitores, deem início a esta corrente:
“Petralhas, peçam o áudio com a entrevista do Valério!”

Pô, desse jeito eu não faço “O País dos Petralhas III”…
Reinaldo Azevedo- Veja

Mantega diz que juros do cartão de crédito são ‘escorchantes’


reprodução -web
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os bancos estão cobrando taxas "escorchantes" no cartão de crédito, que são injustificáveis. "Esses disparates têm de desaparecer", afirmou, em entrevista ao ‘Estado’, na sexta-feira à tarde, em seu escritório em São Paulo. "Estamos preocupados com os cartões de crédito. E, se nós estamos, é bom que eles (os bancos) também se preocupem."
Os spreads bancários se tornaram uma das principais brigas do governo Dilma Rousseff, que quer ver chegar ao consumidor o efeito do forte corte promovido na taxa Selic, utilizada como referência para os empréstimos no País. Normalmente comedido ao falar dos rumos da Selic, Mantega, dessa vez, foi categórico. "Não há necessidade de alta de juros", disse.
O ministro está seguro de que os preços vão se manter sob controle no ano que vem, apesar da recuperação da economia e ao contrário do que projetam consultorias renomadas. Não só a crise global vai elevar a oferta de produtos internamente a preços baixos, diz o ministro, como também as medidas adotadas pelo governo vão ajudar.
Raquel Landim - Estadão

Dilma indica juiz que livrou Arruda e Palocci para ocupar cadeira no STF


   



   
   
(reproduções - web)
Para se blindar contra pressões de setores do PT que se movimentavam no meio do julgamento do mensalão para patrocinar um nome ligado à legenda para o Supremo Tribunal Federal, a presidente Dilma Rousseff decidiu indicar o nome de Teori Zavascki, ministro do Superior Tribunal de Justiça, para a vaga aberta na semana passada, com a aposentadoria do ministro Cezar Peluso.
O indicado foi um dos dois ministros do STJ que, em fevereiro de 2010, votaram contra pedido de prisão do então governador do DF, José Roberto Arruda - ante dez votos favoráveis -, posteriormente cassado. Mais recentemente, rejeitou recurso do Ministério Público contra o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
Segundo integrantes do governo, Zavascki disse que não participará do julgamento do mensalão. Desde o início das sessões pelo STF, Dilma determinou a seus auxiliares que não atraíssem o julgamento para o Planalto. A indicação de Zavascki em sete dias evita que o processo do mensalão contamine a indicação.
O nome de novo ministro foi cotado para o Supremo ainda no governo Lula. Coube ao ex-ministro da Justiça Nelson Jobim e ao ministro do STF Gilmar Mendes levar pessoalmente o nome de Zavascki a Lula. Numa conversa a portas fechadas com um auxiliar, o ex-presidente deu a entender que não estava disposto a indicá-lo.
Com Dilma. Quando a presidente Dilma assumiu o governo, o nome de Zavascki foi de novo cogitado. Na ocasião, ela conversou com Palocci, então ministro da Casa Civil. Emissários do governo chegaram a perguntar como Zavascki se posicionaria no julgamento do mensalão.
O ministro evitou se comprometer. Disse que não poderia se pronunciar, pois não conhecia o processo. Formalmente, Zavascki poderia participar do julgamento, desde que fosse sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aprovado pelo plenário e depois empossado pelo STF. "Se ele vier a tempo de participar do processo, tem todos os poderes iguais aos dos demais ministros", avisou o presidente do STF, Ayres Britto.
No entanto, esse trâmite levará semanas. Por isso, poucas são as chances de ele ser empossado até o fim do processo. E o julgamento for célere, Zavascki terá de se considerar preparado para julgar um caso no qual ele nunca tocou. Ele não poderia, conforme o ministro Marco Aurélio Mello, pedir vista do processo. "Há norma regimental prevendo que, mesmo não assistindo ao relatório e às sustentações da tribuna, se o integrante do Supremo se declarar habilitado a votar, ele pode. O que ele não pode é pedir vista para ficar habilitado." Integrantes da Corte e advogados dizem ser improvável que Zavascki participe do julgamento.
Palocci. Antes da posse de Dilma, Zavascki julgou processo de interesse de Palocci, que coordenou a campanha presidencial do PT. Em seu voto, seguido sem nenhuma manifestação pelos ministros da 1.ª Turma do STJ, Zavascki rejeitou recurso do Ministério Público contra decisões da primeira e segunda instâncias em favor de Palocci. A decisão limpou a ficha daquele que seria ministro da Casa Civil, acusado de irregularidades quando prefeito de Ribeirão Preto (SP).
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Nino Toldo, avalia que Zavascki é "um quadro técnico com larga experiência na magistratura e reúne todos os requisitos" para estar no STF. Ophir Cavalcanti, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, diz que o indicado "tem suas raízes na advocacia e chega ao STF por meritocracia". Zavascki é ministro do STJ desde 2003. Sua atuação é criticada por tributaristas. Eles afirmam que o ministro sempre se pronunciava a favor da Fazenda quando havia uma disputa da União com contribuintes.
Seus amigos dizem que Zavascki é sensível a questões importantes para a governabilidade, a saúde das contas públicas e a questões de interesse do Estado.
Ex-advogado do Banco Central, Zavascki integrará a Corte quando estiver em pauta processo milionário e de interesse do BC e de instituições financeiras. O STF terá de julgar a constitucionalidade dos planos econômicos Cruzado, Bresser, Verão, e Collor 1 e 2.
Felipe Recondo - Estadão

'Forbes' escolhe as mulheres mais poderosas e estilosas do mundo


Reuters
Reuters


No mês passado, a revista Forbes elegeu as mulheres mais poderosas do mundo e colocou Dilma Rousseff na capa. Semanas depois, a publicação resolveu selecionar não mais que 15 deste já seleto grupo, e acaba de lhes conceder o título das poderosas mais influentes na moda.

Dilma desta vez está fora do ranking, e também Hillary Cliton que, diz a publicação, não gosta da pauta. Já Michelle Obama, referência inabalável no porte de primeiras-damas mundo afora, é um dos destaques da relação. O trunfo de Michelle, diz a revista, é sua "estratégia de baixo custo com alto estilo".

Veja galeria com a relação completa das mais poderosas fora e também na moda. Tem brasileira no meio:

Angelina Jolie - atriz
Angela Ahrendts - CEO da Burberry

Sheryl Sandberg - CEO do Facebook

Lady Gaga - cantora

A rainha Elizabeth II

Jennifer Lopez - cantora e atriz

Anna Wintour - editora-chefe da edição norte-americana da revista 'Vogue'

Michelle Obama - primeira-dama dos EUA

Diane Von Furstenberg - estilista belga

Arianna Huffington - escritora americana

Beyoncé - cantora

Marissa Mayer - CEO do Yahoo!

Sofia Vergara - atriz, apresentadora e modelo colombiana

Gisele Bündchen - modelo

Oprah Winfrey - apresentadora

Estadão

Número de falências decretadas entre micro e médios empreendimentos cresce até 71,42%


O número de falências decretadas entre micro empresas cresceu 24% em um ano. De acordo com dados do Serasa Experian, foram decretadas 54 falências em agosto do ano passado contra 67 no mesmo mês deste ano. No caso das médias empresas, a alta é ainda mais expressiva: 71,42% - 12 empresas decretaram falência contra 7 negócios em agosto de 2011.

No caso das médias empresas, também houve alta no número de falências requeridas. Segundo o mesmo levantamento, em agosto do ano passado foram 29 pedidos contra 50 solicitações em agosto deste ano - alta de 72,41%. No caso das micro, houve queda nesses pedidos - de 121 para 118 (-2,47%).

Essas altas, analisam os especialistas da entidade, ocorrem por diversos motivos. No 3º trimestre do ano passado, por exemplo, a atividade econômica estagnou e isso iniciou a um período mais crítico para as finanças empresariais. Por isso, mesmo com um indício de recuperação neste ano, há muitos empreendimentos que ainda precisam reverter os prejuízos acumulados.

Estadão

Chega ao Brasil sorveteria com 11 milhões de combinações de sabores


Guadalupe F. Presas/Divulgação
Guadalupe F. Presas/Divulgação

Joaquim Presas, um dos quatro sócios que investiram cerca
de R$ 4 milhões para trazer a rede ao País
Escolher um sabor em meio a 11 milhões de combinações pode soar como uma tortura para o consumidor mais indeciso. Mesmo assim, o universo quase infindável de opções é o mais apregoado apelo de marketing da rede de sorveterias norte-americana Coldstone, que acaba de chegar ao Brasil.

A marca, aqui administrada por quatro sócios, começou a funcionar dia 21 de agosto com uma unidade em Curitiba. Eles investiram US$ 2 milhões (cerca de R$ 4 milhões) pela exclusividade da operação, com a contrapartida de lançar 30 unidades no País em quatro anos, viabilizadas por meio do sistema de franquias.

A cidade de São Paulo deve receber a segunda loja brasileira da rede até fevereiro de 2013. A sorveteria paulistana, aliás, será a unidade padrão, segundo Joaquim Fernandez Presas, que além de sócio é responsável pelo marketing da rede.

“A gente está ainda negociando o ponto em São Paulo. Procuramos um lugar de alto padrão para nosso posicionamento”, afirma Presas, que ainda não tem definido o investimento necessário para cada franquia. “Ainda estamos definindo fornecedores brasileiros e até a nacionalização de alguns equipamentos. Trabalhamos com um valor entre R$ 400 mil e R$ 600 mil”, destaca.

Matemática milionária. Dona de um catálogo de 86 sabores e um mix de 160 itens - como coberturas - que podem ser adicionados ao produto (daí a conta de 11 milhões de combinações), a Coldstone tem 1,9 mil unidades ao redor do mundo (79% delas nos Estados Unidos) e faturou, em 2011, US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões).

Mas apesar da pujança de opções, a versão brasileira da rede ainda trabalha na definição de seu sortimento. Na loja de Curitiba, utilizada como teste para a operação, Joaquim Presas mantém um cardápio com 22 sabores e 40 ingredientes. A preocupação, diz o empresário, é não confundir o cliente.

“Na Coldstone, a pessoa escolhe o sabor da massa, que é esticada em uma pedra de granito gelada, e nosso funcionário acrescenta o mix escolhido. O problema é que, o excesso de oferta, percebemos, pode deixar algumas pessoas confusas. Estamos introduzindo as opções e monitorando, semana a semana, a aceitação de cada uma”, destaca o empresário.

RENATO JAKITAS - ESTADÃO

Quer abrir uma franquia? Confira linhas de crédito exclusivas oferecidas por bancos brasileiros


Em constante crescimento e com um faturamento de R$ 88,8 bilhões no ano passado, o setor de franquias não fica de fora das estratégias dos bancos. As instituições financeiras olham com atenção para esse segmento e ofertam linhas específicas de crédito para os franqueados. As linhas tradicionais também estão disponíveis para os clientes do setor.

Cuidados
A contratação de crédito exige cautela. Para o diretor da consultoria Francap, André Friedheim, a recomendação é usar capital próprio para abrir a primeira franquia. "É uma questão de foco nos negócios. O empresário precisa se concentrar em fazer o negócio dar certo. Se ele pegar crédito, vai ter mais uma preocupação e um compromisso para cumprir", afirma.

O uso do crédito, na avaliação de Friedheim, começa a ficar mais atrativo a partir da segunda unidade ou mesmo para reformar a primeira instalação. "Além das questões pessoais, o banco vai fazer a análise da rede e das taxas de retorno. E pode até pegar como garantia a própria operação da franquia", diz o consultor.

Se tornar cliente do banco onde a rede já tem convênio pode ser a melhor alternativa, mas a pesquisa para encontrar as melhores condições de crédito é fundamental antes da assinatura do contrato.


Confira algumas linhas de crédito oferecidas pelos bancos para franquias

BB Franquia
Programa criado para estimular e apoiar empresas do setor com uma série de linhas de crédito. Entre as linhas está o BB Giro Rápido para capital de giro. A linha tem limite de R$ 120 mil, prazo de 24 meses para pagamento e carência de até 59 dias para a primeira parcela.

Itaú Unibanco
Tem a linha Compror Franquias, indicada para compras de um único fornecedor. O crédito ajuda na montagem de estoque. Além disso, o cliente consegue fazer o gerenciamento das finanças no portal e pode antecipar o recebimento das vendas feitas via cartão de crédito.

Bradesco
Tem uma linha de crédito para capital de giro desenvolvida para o setor com carência para início do pagamento e parcelas escalonadas de acordo com o período de maturação da loja ou sazonalidade do negócio. Também tem a linha Compror Franquias para aquisição de mercadorias do franqueador.

Caixa Franquia
Programa de relacionamento com o setor que contempla linhas de financiamento e consultoria empresarial. A linha BCD Franquias, por exemplo, é voltada para financiamento de máquinas e equipamentos para os franqueadores. A taxa de juros varia de 1,36% a 1,76% ao mês, com prazo de até 60 meses e carência de até 12 meses.

HSBC 
Entre os produtos do HSBC está a linha Capital de Giro Franquias com prazo de até 42 meses (carência nos seis primeiros meses, com pagamento apenas dos juros); financiamento de até 60% do valor do projeto e equipe especializada no acompanhamento da operação.

Santander Franquias
Modelo apoiado em quatro pilares: produtos e serviços, consultoria financeira, apoio ao empreendedor e análise de mercado. Entre os produtos do banco está a linha para ampliação de expansão da loja, com carência de até seis meses, prazo de até 60 meses e taxas a partir de 1,20% ao mês.

GISELE TAMAMAR - ESTADÃO

Após confirmar 'valerioduto', STF vai averiguar se existiu compra de votos


Após confirmar a existência de um esquema de obtenção de empréstimos fictícios (gestão fraudulenta) e a ocultação da origem dos valores (lavagem de dinheiro), o Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar a analisar na próxima semana se de fato ocorreu compra de votos (corrupção) na Câmara dos Deputados pelo governo em 2003 e 2004, início do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os repasses mensais a deputados da base aliada, supostamente pagos em troca de apoio político nas votações na Casa, foi o que se denominou "mensalão", conforme denunciou em 2005 o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB.

Na semana passada, os ministros concluíram a análise do julgamento do terceiro item analisado, sobre lavagem de dinheiro, com oito condenações. Ele confirmaram a tese da Procuradoria Geral da República de que o grupo de Marcos Valério desviou recursos públicos e recebeu empréstimos fraudados, concedidos pelo Banco Rural sem expectativa de serem quitados.
Agora, os magistrados terão de decidir se esse dinheiro foi utilizado para o pagamento de propina a políticos da base aliada com a finalidade de beneficiar o governo de Lula em votações no Parlamento.
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Os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello, durante análise do item sobre lavagem de dinheiro no processo do mensalão, na última quinta-feira (13) no STF (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello, durante análise do item sobre lavagem de dinheiro no processo do mensalão, na última quinta-feira (13) no STF (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
Além de lavagem de dinheiro, já foram julgadas as acusações sobre desvio de recursos públicos e gestão fraudulenta. Com isso, 10 dos 37 réus da ação penal já foram condenados e três absolvidos.
O item 6 da denúncia da Procuradoria Geral da República, quarto a ser julgado, aborda corrupção entre políticos de partidos da base aliada (PT, PP, PL [atual PR], PTB e PMDB).
Neste item, 17 dos 23 acusados que serão julgados ainda não tiveram suas condutas analisadas, entre eles o chamado "núcleo político" do esquema, integrado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Segundo a denúncia feita em 2006, Dirceu, Genoino e Delúbio tinham "entre seus objetivos angariar ilicitamente o apoio de outros partidos políticos para formar a base de sustentação do governo federal". Para isso, pagaram "vultosas quantias" a parlamentares.
Defesa dos réus
O advogado José Luis Oliveira Lima, que representa José Dirceu, diz que não vai se manifestar sobre o julgamento do mensalão até que os ministros de pronunciem sobre seu cliente.

"Não estou comentando as decisões do Supremo até agora por respeito aos ministros", disse.
O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que representa Roberto Jefferson – delator do suposto esquema –, afirmou ao G1 considerar que a condenação, até agora de 10 dos 37 réus no processo, não terá efeito negativo no julgamento de seu cliente.
"Essas condenações não dizem respeito ao Roberto Jefferson, não afetam a defesa dele. Esperamos o acolhimento da nosso pedido de absolvição", afirmou.
Barbosa disse ainda que Jefferson está "esperançoso" com a próxima etapa do julgamento. "Ele está animado e esperançoso de que possa ser inocentado", disse.
O advogado José Antônio Duarte, que defende o deputado federal Pedro Henry (PP-MT), não demonstra o mesmo otimismo. Ele afirmou acreditar que haverá "muitas condenações" a partir de segunda-feira. Henry é acusado de negociar o repasse de R$ 3 milhões ao PP em troca de apoio em votações do Congresso.
"Muitos dos nossos argumentos técnicos já foram superados. Os ministros decidiram, por exemplo, que não é preciso ato de ofício em troca da vantagem indevida no crime de corrupção passiva. Acredito que vai ter bastante condenação", disse.
Duarte afirmou, contudo, ter esperança de que os ministros individualizem a atuação de Pedro Henry. Segundo o advogado, o deputado federal não teve conhecimento do dinheiro obtido pelo PP. "Está comprovado que ele não teve conhecimento dos recursos, então a situação dele é diferente da dos demais réus. Se não fosse essa situação acho que seria difícil a absolvição".
Durante as sustentações orais no STF, vários advogados de defesa argumentaram que houve somente caixa dois (uso de dinheiro não contabilizado na campanha eleitoral) e não que o dinheiro recebido pelos clientes do PT servia para compra de votos, mas sim para o pagamento de despesas de campanha.
Os defensores disseram ainda que o processo não prova que houve "ato de ofício", ou seja, atitude no exercício da função em troca do recebimento de vantagem indevida.-
Aém de políticos, o chamado "núcleo publicitário", também é acusado nesse item de "corromper" parlamentares. São réus Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Do grupo, só Geiza não foi condenada por outros crimes.As acusações
Entre as acusações aos 23 réus estão corrupção ativa (oferecer vantagem a servidor público), com pena de 2 a 12 anos; corrupção passiva (receber vantagem indevida), que também pode resultar em prisão de 2 a 12 anos; formação de quadrilha, cuja pena é de 1 a 3 anos; e lavagem de dinheiro; que pode resultar em prisão de 3 a 10 anos.

Os réus dos núcleos político e publicitário são acusados em todos os quatro subitens: PP, PL, PTB e PMDB.
No PP, os acusados são o deputado federal Pedro Henry, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), João Cláudio Genú, que era assessor do falecido José Janene, e os corretores de valores Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado. Os dois últimos teriam recebido dinheiro de Valério e tentado ocultar a origem antes de repassar aos parlamentares.
O segundo subitem, sobre o PL (atual PR), tem outros quatro réus: o deputado federal Valdemar Costa Neto (PL-SP), Jacinto Lamas, Antônio Lamas e Bispo Rodrigues. A PGR pediu a absolvição de Antônio Lamas por falta de provas do envolvimento dele no suposto esquema.
Em relação ao terceiro subitem, relativo ao PTB, também são quatro os acusados: o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, que responde por corrupção ativa por supostamente corromper o PTB no esquema. São réus ainda o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o ex-deputado Romeu Queiroz e Emerson Palmieri, assessor de Adauto.
O quarto subitem envolve Jorge Borba, do PMDB. Em todos os quatro subitens réus do núcleo político e o núcleo publicitário são acusados.
Ainda não se sabe se o relator da ação penal, o ministro Joaquim Barbosa, fará a votação por subitens ou se votará de uma vez sobre todos os réus. Na análise do primeiro item do julgamento, sobre desvio de recursos públicos, ele optou por votar por subitens.
G1