sábado, 14 de julho de 2012

Demóstenes responderá a procedimento administrativo no retorno ao cargo de procurador do MP de Goiás


reprodução - web

Procurador de carreira, o ex-senador goiano Demóstenes Torres (sem partido) deverá enfrentar um procedimento disciplinar no Ministério Público de Goiás, do qual estava licenciado desde 1999.

Em nota divulgada na tarde do dia 11/07, a Corregedoria-Geral do ministério informou que aguardava apenas a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar a fim de apurar se Demóstenes cometeu eventual falta funcional. Nenhum procedimento foi instaurado porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público. A decisão do plenário está publicada na edição desta quinta-feira do Diário do Senado.

Acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado no dia 11/07 por quebra de decoro parlamentar. Foram 56 votos contrários à permanência dele no cargo, contra 19 favoráveis e 5 abstenções. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.

A licença de Demóstenes perdeu o efeito tão logo a decisão do Senado foi publicada. Demóstenes voltou a atuar na Procuradoria de Justiça, onde receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.

Além disso, mantido o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do ministério antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.

A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O procurador é irmão de Demóstenes.

Talita Cavalcante - Agência Brasil

'Falta coragem para enfrentar a ditadura gay'


O vereador Carlos Apolinário: 'Gays querem a lei da mordaça para quem não concorda com eles'
O vereador Carlos Apolinário: 'Gays querem a lei da mordaça
 para quem não concorda com eles' 
(Mario Rodrigues)

Autor da proposta de criação do Dia do Orgulho Heterossexual, o vereador evangélico Carlos Apolinário garante que não tem nada contra os homossexuais, só combate o que classifica como privilégios da opção sexual: 'Eles querem ser uma categoria especial de pessoas'



Ele figura na lista dos dez brasileiros mais homofóbicos, já propôs a criação do Dia do Orgulho Heteressexual, mas o vereador paulistano Carlos Apolinário, do PMDB, garante que não tem nenhum preconceito contra gays. “O que eu não aceito é alguém querer se esconder atrás de sua opção sexual”, afirma.

Evangélico, Apolinário é um dos apoiadores da Marcha para Jesus, que aconteceu nesta cidade e é o evento que mais rivaliza com a Parada Gay. Ele recebeu o site de VEJA para explicar, afinal, qual é a sua posição em relação aos homossexuais: “Eu combato os privilégios. O dia em que os gays lutarem por leis que valham tanto para eles quanto para os heterossexuais, eles terão muito mais sucesso.”
Confira os principais trechos da entrevista:
O senhor é homofóbico? De maneira nenhuma. Pode procurar, você não vai encontrar uma única declaração minha em que eu desrespeite a figura humana do gay.
Então por que o senhor está na lista dos dez mais homofóbicos do Brasil? Porque eu combato os excessos deles. Não acho que eu tenha o direito de ir à piscina coletiva do meu prédio, ou a um restaurante, e ficar dando beijos exagerados ou acariciando a minha mulher em público. Se um heterossexual agir dessa maneira, vão chamar a polícia e ele pode ser enquadrado por atentado violento ao pudor. Mas se chamarem a atenção de duas pessoas do mesmo sexo que estejam se beijando excessivamente dentro de um restaurante, por exemplo, eles acusam quem os repreendeu de homofobia.
Os gays não podem demonstrar afeto? Podem, mas dentro do razoável. Se eles chegam de mãos dadas num restaurante, por exemplo, é razoável. O que eu combato é o excesso, que muitas vezes eles adotam não por amor, mas para chocar, confrontar a sociedade, para dizer: ‘vocês têm que nos engolir’. Como diz o Agnaldo Silva, autor de novelas da Globo, o gay no Brasil é folgado. Não é o Apolinário quem está dizendo, é o autor da novela Fina Estampa. E eu concordo com ele, apesar de acreditar que nem todos sejam assim.
Por que o senhor propôs a criação do Dia do Orgulho Heterossexual? Meu objetivo era o de levantar o debate em relação aos privilégios dos gays.
Privilégios? Em geral os gays reclamam de que são perseguidos... Pois eu digo que hoje eles são cada vez mais protegidos. A OAB está fazendo um verdadeiro tratado a favor dos gays, a ONU está preocupada com eles, o mundo está preocupado com os gays.  Parece que vamos ter dois mundos: um antes e outro depois dos gays.
E os casos de violência contra homossexuais? Essa é uma mentira das maiores que tem. Aqui em São Paulo, por exemplo, o único lugar onde tem havido esse problema é na Avenida Paulista, de vez em quando. Mas eu não tenho tomado conhecimento de outros casos em São Paulo ou no Brasil. O que acontece é o seguinte: se você bate o carro e o cidadão do outro automóvel é heterossexual, o máximo que vai acontecer é uma ocorrência da batida; mas se o motorista do outro carro é gay e acontece uma briga, uma discussão, vai sair no jornal “motorista bate em casal de gays”. A briga não aconteceu em função da opção sexual, mas eles transformam nisso.
Os gays se dizem discriminados... Pelo contrário. Eu não conheço um único restaurante em São Paulo que proíba a entrada de gay. Não conheço nenhuma igreja católica, evangélica ou espírita que proíba a entrada de gay. Eu, que sou evangélico, já sofri muito preconceito. Quando era criança, na escola, zombavam de mim. Eu levava a Bíblia escondida dentro da blusa, quando ia para a igreja, para não ser gozado. Eu sei o que é o preconceito. Hoje, vale a pena dizer que é gay. Virou um escudo. Estamos na seguinte situação: se um gay furar a fila no supermercado, é melhor deixar ele lá. Porque se você for brigar, vão dizer que você é homofóbico.
O que o senhor acha da proposta de emenda constitucional do deputado Jean Wyllys, que permite o casamento gay? Se eu estivesse no Congresso, votaria contra. Só que eu vivo em um país democrático. Mesmo que eu seja contrário, se o Congresso aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vou respeitar a lei. O que não significa que vou passar a ser favorável a isso. São coisas diferentes. Continuarei acreditando que o casamento deve acontecer entre um homem e uma mulher. Mas mesmo sendo contrário, eu respeito, se essa for a vontade da sociedade. E isso nós não sabemos, porque o casamento foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal e não pelo Congresso Nacional.
O STF não tem poder para decidir a questão? Na minha opinião, não. Essa matéria deveria ser discutida por deputados e senadores e, uma vez aprovada, teria de ser sancionada pela presidente da República. São etapas necessárias para que a sociedade amadureça a ideia. Ao decidir daquela forma, o Supremo legislou no lugar do Congresso e isso é errado.
Por que o STF assumiu o papel do Congresso Nacional nessa questão? Porque o STF está sendo acionado pelos gays para se pronunciar. Eles têm pressa, querem acelerar esse processo. A maioria do Congresso Nacional, hoje, não quer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, nem aceita a adoção de crianças por casais de homossexuais. Só que os gays querem enfiar isso tudo goela abaixo do Congresso e da sociedade. Os gays precisam aprender a conviver com quem não concorda com eles. Eles têm de se acostumar ao fato de existirem pessoas que continuarão contrárias ao casamento gay, mesmo que ele seja aprovado. É um direito individual, e a democracia me dá o direito de me expressar. Mas eles não aceitam isso. Eles querem a lei da mordaça, querem ser uma categoria especial de pessoas. E é contra isso que eu luto. Se ninguém falar nada, vai chegar o tempo em que os jornais não poderão mais fazer reportagens sobre os gays porque a lei vai proibir. Eles querem calar a sociedade e ninguém tem coragem de enfrentá-los.
Thais Arbex - veja

São José do Egito sem as festas Universitária e dos Estudantes

reprodução - web
Por falta de apoio da Fundarpe, estão definhando a Festa dos Estudantes de Triunfo (54ª edição) e a Festa Universitária de São José do Egito (45ª edição). É uma pena a morte desses festivais, que foram criados pelos próprios estudantes com duas finalidades: lutar pela democracia e compartilhar com o povo da terra música, teatro, cinema e lançamento de livros.
Benone Leão

Redução na Selic!! Bancos oficiais diminuem seus juros?? - E não pagam dívidas trabalhistas


reprodução - web

Tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) divulgaram ajustes também em algumas linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas.
O BB informou que a partir da próxima segunda-feira (16) as taxas do BB Crédito Benefício vão cair para um intervalo entre 2,21% a 3,79% ao mês e as do BB Crediário Material de Construção ficarão entre 1,53% e 1,98%. O capital de giro para as empresas ficará entre 1,56% e 1,59%.
A Caixa vai diminuir também os seus juros, na segunda-feira, para financiamento de veículos usados no intervalo de 0,75% a 1,63% ao mês, dependendo do prazo de financiamento e ano de fabricação. Para carros novos, a taxa máxima vai cair para 1,36%.
Dentre outras modalidades, a Caixa anuncia ainda a baixa de juros para as linhas de capital de giro para micro e pequenas empresas, com garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO). As taxas cobradas atualmente, entre 1,27% e 2,05% ao mês, serão reduzidas para níveis entre 1,17% e 1,71%.
Stênio Ribeiro -Agência Brasil


reprodução - web

Mas que vantagem!!!!!
Juros caem a 8% na SELIC; e 
Do bolso do cidadão os bancos tiram a barriga da miséria???????????????


=======================

OS DEVEDORES DA JUSTIÇA TRABALHISTA: Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal aparecem no topo do ranking de empresas com maior número de processos trabalhistas. Elas figuram com destaque na lista inédita divulgada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) com cem empresas já condenadas pela Justiça a pagar indenização por violar direitos dos empregados. O BB ficou em segundo lugar, com 2.472 processos, e a Caixa em quarto, com 2.117. QUE COISA FEIA, HEIN!?


idadecerta

Votação da LDO é mais uma vez adiada


reprodução -  web

Por falta de acordo na liberação de emendas para os partidos da oposição, foi adiada mais uma vez a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo plenário do Congresso Nacional. O relatório final, apresentado pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), ainda tem que ser votado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), mas os partidos de oposição conseguiram obstruir a reunião do colegiado e forçar o encerramento dos trabalhos por falta de quórum.
Sem votar a LDO, o Congresso não pode entrar em recesso, previsto para começar no dia 18. Como o quórum costuma ser baixo nas segundas-feiras, uma nova tentativa de votação da LDO só deve ocorrer a partir de terça (17).
Durante todo o dia, os líderes da base aliada e da oposição negociaram para tentar viabilizar um acordo, o que acabou não ocorrendo. Os partidos de oposição adotaram a postura de obstruir os trabalhos sob o argumento de que o governo está usando as emendas parlamentares como “instrumento eleitoral”.
“Nós não solicitamos nada, não propusemos nada. Quem propôs [a liberação de emenda] foi o governo, e quem não cumpriu foi o governo. Agora o que estamos levantando, é um ponto que tenho colocado em todos os meus pronunciamentos, que o governo está usando o Orçamento e o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] como ferramentas de campanha eleitoral”, disse o vice-líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado.
A oposição cobra o cumprimento de um acordo proposto pelo governo que, segundo os próprios partidos de oposição, previa a liberação de R$ 1 milhão em emenda na área da saúde e R$ 1,5 milhão de diversos outros ministérios, até a última terça-feira (10), para cada parlamentar da oposição, além da liberação dos restos a pagar até hoje.
Ivan Richard e Danilo Macedo - Agência Brasil

Consumidor deve ficar atento a reajuste de plano de saúde coletivo, alerta Idec


reprodução - web

O consumidor deve tomar certos cuidados ao contratar um plano de saúde coletivo. No primeiro momento, os planos coletivos aparentam ser mais vantajosos que um plano individual, por não exigir carência, mas podem acabar saindo mais caro. O alerta é do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
O instituto chama a atenção para o fato de que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não regula os reajustes dos planos coletivos, somente dos individuais. Para a advogada do Idec, Joana o governo também deveria intervir no mercado coletivo, que responde por cerca de 80% dos usuários de planos de saúde no país.
“Enquanto o índice de reajuste dos planos individuais,determinado pela ANS, será de até 7,93%, os planos coletivos têm reajustes livres, deixando os consumidores desamparados”, destacou a advogada, especializada em saúde suplementar.
Segundo a advogada, ao buscar um plano coletivo, o consumidor deve buscar saber os percentuais de reajustes nos últimos anos e de quanto deverá ser o próximo aumento, para não ser pego de surpresa com valores bem acima da inflação.
De acordo com a ANS, os reajustes dos planos coletivos não são regulados pela agência por tratarem-se de relações entre pessoas jurídicas (operadora e empresas, por exemplo), que têm grande poder de barganha e negociação, ao contrário do usuário individual. Além disso, segundo a agência, a modalidade coletiva não exige prazo de carência, possibilitando ao usuário migrar para outra operadora que apresentar mensalidade menor.
Outro alerta do Idec é sobre os reajustes dos planos individuais acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que acarretaria, a longo prazo, um comprometimento cada vez maior da renda dos clientes. “Temos estudos mostrando que, em 30 anos, o plano de saúde vai absorver 50% da renda do usuário”, frisou a advogada do instituto.
Vladimir Platonow - Agência Brasil

Encontro internacional de especialistas pede que países aumentem investimentos em museus


reprodução - web

Para orientar governos a ampliar investimentos em museus, especialistas de 50 países aprovaram um documento sugerindo que a Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) publique uma resolução com recomendações específicas.  Os pesquisadores estiveram reunidos durante toda a semana na capital fluminense
Entre os itens, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus, José do Nascimento Júnior, destaca a necessidade de mais recursos financeiros para investimentos na preservação, proteção e em iniciativas dos museus, assim como no treinamento de pessoal e no combate ao tráfico de obras de arte. Segundo ele, em épocas de crises, governos tendem a retirar recursos do setor.
"Nessas circunstâncias, sabemos que uma das primeiras áreas a sofrer restrições é a cultura. Por isso, há a necessidade de termos políticas públicas amplas", defendeu Nascimento, que esteve à frente da elaboração do documento. Para ele, a resolução, que deve ser elaborada pela Unesco em outubro, pode estimular os países-membros da ONU a criar as próprias políticas.
Na avaliação dos participantes, todos os órgãos de governo, em níveis municipais, estaduais e federal, devem ter medidas para os museus. O apoio da iniciativa privada também tem importância.
"A memória é estratégica para várias questões. Os museus são instrumentos que preservam o passado,  dialogam com o presente para garantir o futuro", destacou Nascimento.
O presidente do Ibram disse que, durante a reunião de especialistas, iniciativas brasileiras como a Política Nacional de Museus, de 2003, que instituiu editais e ações de divulgação, foram elogiadas. Porém, reconheceu que é preciso avançar no combate ao tráfico de peças, com a "maior articulação entre a Polícia Federal e a Receita Federal". Acordos com os órgãos já estão em curso.
Isabela Vieira - Agência Brasil

CUSTO LULA


reprodução -web

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Há menos de três anos, em 17 de setembro de 2009, o então presidente Lula apresentou-se triunfante em uma entrevista ao jornal Valor Econômico. Entre outras coisas, contou, sem meias palavras, que a Petrobrás não queria construir refinarias e ainda apresentara um plano pífio de investimentos em 2008. “Convoquei o conselho” da empresa, contou Lula. Resultado: não uma, mas quatro refinarias no plano de investimentos, além de previsões fantásticas para a produção de óleo.
Em 25 de junho último, a Petrobrás informa oficialmente aos investidores que, das quatro, apenas uma refinaria, Abreu e Lima, de Pernambuco, continua no plano com data para terminar. E ainda assim, com atraso, aumento de custo e sem o dinheiro e óleo da PDVSA de Chávez. Todas as metas de produção foram reduzidas. As anteriores eras “irrealistas”, disse a presidente da companhia, Graça Foster, acrescentando que faria uma revisão de processos e métodos. Entre outros equívocos, revelou que equipamentos eram comprados antes dos projetos estarem prontos e aprovados.
Nada se disse ainda sobre os custos disso tudo para a Petrobrás. Graça Foster informou que a refinaria de Pernambuco começará a funcionar em novembro de 2014, com 14 meses de atraso em relação à meta anterior, e custará US$ 17 bilhões, três bi a mais. Na verdade, as metas agora revistas já haviam sido alteradas. O equívoco é muito maior.
Quando anunciada por Lula, a refinaria custaria US$ 4 bilhões e ficaria pronta antes de 2010. Como uma empresa como a Petrobrás pode cometer um erro de planejamento desse tamanho? A resposta é simples: a estatal não tinha projeto algum para isso, Lula decidiu, mandou fazer e a diretoria da estatal improvisou umas plantas. Anunciaram e os presidentes fizeram várias inaugurações.
O nome disso é populismo. E custo Lula. Sim, porque o resultado é um prejuízo para os acionistas da Petrobrás, do governo e do setor privado, de responsabilidade do ex-presidente e da diretoria que topou a montagem.
Tem mais na conta. Na mesma entrevista, Lula disse que mandou o Banco do Brasil comprar o Votorantim, porque este tinha uma boa carteira de financiamento de carros usados e era preciso incentivar esse setor. O BB comprou, salvou o Votorantim e engoliu prejuízo de mais de bilhão de reais, pois a inadimplência ultrapassou todos os padrões. Ou seja, um péssimo negócio, conforme muita gente alertava. Mas como o próprio Lula explicou: “Quando fui comprar 50% do Votorantim, tive que me lixar para a especulação”.
Quem escapou de prejuízo maior foi a Vale. Na mesma entrevista, Lula confirmou que estava, digamos, convencendo a Vale a investir em siderúrgicas e fábricas de latas de alumínio. Quando os jornalistas comentam que a empresa talvez não topasse esses investimentos por causa do custo, Lula argumentou que a empresa privada tem seu primeiro compromisso com o nacionalismo.
A Vale topou muita coisa vinda de Lula, inclusive a troca do presidente da companhia, mas se tivesse feito as siderúrgicas estaria quebrada ou perto disso. Idem para o alumínio, cuja produção exige muita energia elétrica, que continua a mais cara do mundo.
Ou seja, não era momento, nem havia condições de fazer refinarias e siderúrgicas. Os técnicos estavam certos. Lula estava errado. As empresas privadas foram se virando, mas as estatais se curvaram.

Ressalva: o BNDES, apesar das pressões de Brasília, não emprestou dinheiro para a PDVSA colocar na refinaria de Pernambuco. Ponto para seu corpo técnico.
Quantos outros projetos e metas do governo Lula são equivocados? As obras de transposição do rio São Francisco estão igualmente atrasadas e muito mais caras. O projeto do trem bala começou custando R$ 10 bilhões e já passa dos 35 bi.
Assim como se fez a revisão dos planos da Petrobrás, é urgente uma análise de todas as demais grandes obras. Mas há um outro ponto, político. A presidente Dilma estava no governo Lula, em posições de mando na área da Petrobrás. Graça Foster era diretoria da estatal. Não é possível imaginar que Graça Foster tenha feito essa incrível autocrítica sem autorização de Dilma.
Ora, será que as duas só tomaram consciência dos problemas agora? Ou sabiam perfeitamente dos erros então cometidos, mas tiveram que calar diante da força e do autoritarismo de Lula?
De todo modo, o custo Lula está aparecendo mais cedo do que se imaginava. Inclusive na política.

Cubramo-nos de vergonha: falou-se tanto em golpe, golpe, golpe no Paraguai, e quem acabou dando um golpe fomos nós


A reunião do Mercosul em Mendoza, Argentina: a "suspensão" do Paraguai foi 
uma óbvia malandragem para permitir ao governo ditadorial de Hugo Chávez, 
da Venezuela, ingressar no bloco (Foto: Reuters)

O Senado do Paraguai — imaginemos, do Paraguai, antes motivo de piada quando se falava de democracia — vinha resistindo bravamente, há seis anos, às pressões para aprovar o ingresso da Venezuela do tirano bufão Hugo Chávez no Mercosul, bloco integrado pelo próprio Paraguai e por Brasil, Argentina e Uruguai.
O Senado paraguaio, diferentemente da maneira covarde com que se houve o Congresso brasileiro, se apegou à chamada “cláusula democrática” do Mercosul, segundo o qual só podem integrar o organismo países plenamente democráticos, com eleições livres, liberdade de imprensa, liberdade de opinião, liberdade sindical, Justiça livre e independente e respeito às minorias, entre outras exigências.
Essa cláusula, justiça se faça, foi inserida nos tratados de formação do Mercosul pelos então presidente José Sarney, do Brasil, e Raúl Alfonsín, da Argentina. Com Sarney, naquele momento, a diplomacia brasileira viveu um bom momento.
Agora, estamos vivendo um péssimo e vergonhoso momento: o Brasil participou, alegremente, da manobra que “suspendeu” o Paraguai do Mercosul até as eleições presidenciais já previstas no país para abril do próximo ano. Então, com o Paraguai “suspenso” até abril, seu Senado não pode vetar nada agora em relação ao Mercosul.
Um presentão para a camarilha “bolivariana” que pressionava para que o governo ditatorial de Chávez ingressasse no mercado comum do Sul do continente: o negócio foi fechado hoje mesmo, na mesma reunião de Mendoza, na Argentina, convocada para examinar a situação no Paraguai após o impeachment do presidente Fernando Lugo.
Um golpe na democracia e na credibilidade do Mercosul
Ou seja, a “suspensão” do Paraguai constituiu uma evidente manobra calhorda para driblar o obstáculo às pretensões de Chávez, que o Senado paraguaio impedia.
O governo tresloucado e autoritário de Cristina Kirchner na Argentina foi quem primeiro vociferou que ocorrera um “golpe” no Paraguai com o impeachment de Lugo pelo Congresso. Vários outros governos sul-americanos bateram na mesma tecla — inclusive, apesar de permanecer em cima do muro e por meias palavras, o do Brasil.
Falou-se tanto em golpe, golpe, golpe – e quem assesta um golpe na democracia, agora, são justamente os que acusavam o Paraguai disso. Um golpe na democracia que mina a credibilidade que ainda poderia restar ao Mercosul.
Como publica hoje o site de VEJA, “com alta dose de hipocrisia, os governantes do grupo, que em nenhum momento mencionaram as artimanhas de Chávez para se manter no poder, afirmaram que a suspensão do Paraguai ocorreu devido ao ‘rompimento do processo democrático’ no país – como tem sido definido por países sul-americanos o impeachment sofrido pelo presidente Fernando Lugo, ocorrido estritamente dentro das regras da Constituição paraguaia.”
“[A presidente] Dilma Rousseff, por exemplo, defendeu da seguinte forma a suspensão paraguaia: ‘Nossa posição mostra a sobriedade desta região. Há 140 anos vivemos sem guerras, conflitos étnicos ou perseguições religiosas no Mercosul. Fizemos todos os nossos organismos baseados no compromisso fundamental com a democracia, e o protocolo de Ushuaia evidencia isso’. O protocolo de Ushuaia determina que os países-membros do bloco possuam governos democráticos” (justamente o que impedia o ingresso no Mercosul do truculento regime de Chávez).
Não foi por falta de prever, como publicado em post anterior.
Cubramo-nos de vergonha. Mais um vexame da diplomacia brasileira que, no governo Dilma, vinha se comportando melhor do que durante os oito anos do lulalato.
Não mais.
Ricardo Setti - Veja

Os três patetas do Mercosul usaram o golpe que não houve no Paraguai como pretexto para a execução de um golpe de verdade


reprodução -web

O golpe que não houve no Paraguai foi o pretexto invocado pelos parceiros vigaristas para a consumação de um golpe real. Sem a presença do único integrante do Mercosul contrário ao ingresso da Venezuela bolivariana, os governos do Brasil, da Argentina e do Uruguai concederam ao companheiro Hugo Chávez a carteirinha de sócio do clube que nunca funcionou.
Durante oito anos, o Congresso paraguaio amparou-se na cláusula que exige respeito às regras democráticas para barrar a entrada do bolívar-de-hospício. Sete dias bastaram para que a trinca de cínicos removesse a pedra no caminho de Chávez e instalasse no Cone Sul a república de araque localizada no extremo norte do subcontinente.
O impeachment de Fernando Lugo foi decretado sem que qualquer norma constitucional fosse violada. “Tenho a impressão de que foi um golpe”, hesitou Dilma Rousseff no dia do despejo do reprodutor de batina. Se também não souber direito que palavra deve usar para definir o que acaba de fazer em companhia da Argentina e do Uruguai, o neurônio solitário pode dispensar-se de dúvidas: golpe é o nome da coisa.
Formado por parceiros que vivem tentando enganar uns aos outros, o Mercosul era, até esta sexta-feira, uma inutilidade controlada por três patetas. Agora são quatro.
Augusto Nunes - Veja