sábado, 21 de julho de 2012

RedeTV! está em crise – e ainda pode piorar


Quem mais vende horário para as igrejas
é a Rede TV!, com 46 horas semanais,
o que corresponde a 27% da programação.
 

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A perda do programa humorístico Pânico na TV!, anunciada nesta quinta-feira, é o resultado mais claro (até agora) da crise financeira atravessada há tempos pela RedeTV!, garantem funcionários da companhia. De acordo com eles, a maneira como a empresa vinha cuidando das contas e lidando com os colaboradores já não tinha graça há tempo.
A emissora perdeu o programa depois de ter atrasado quatro meses de salário de todos os participantes, inclusive da apresentadora Sabrina Sato, dona de um dos três salários mais altos da RedeTV! e estimado em cerca de 150.000 reais mensais. O atraso de pagamento era o mesmo sofrido pelos demais apresentadores e produtores dos programas feitos pela emissora.
“Os demais funcionários vem recebendo salários atrasados e divididos em porcentagem desde setembro”, afirmou um produtor da emissora. “Cerca de 20% do quadro de funcionários já foi reduzido, porque as pessoas cansaram de trabalhar sem receber.”
O esquema de atraso de salário atingiu até a apresentadora Luciana Gimenez, mulher de um dos sócios da emissora. Depois de sua situação se tornar conhecida no mercado, Luciana foi sondada para assinar contrato com as concorrentes Band (a nova casa do Pânico na TV!) e Record. “A Gimenez está prestes a assinar com a Band, o que seria um grande baque para a emissora”, disse uma pessoa próxima da apresentadora. A informação foi checada por EXAME.com com mais duas fontes a par da situação.
Procurada, a emissora não deu nenhuma posição até a publicação desta matéria.
Mais crise
Uma eventual saída de Luciana Gimenez seria mais um duro golpe na situação da Rede TV!. Isto porque, segundo estimativas do mercado, o programa SuperPop!, comandado por ela, representaria quase 30% do faturamento da emissora. O humorístico Pânico na TV!, programa com maior audiência do canal, com picos de 15 a 16 pontos, equivaleria a 40%.
“Sem os dois, a RedeTV! teria um faturamento inviável, já que há anos a emissora tem uma infraestrutura precária”, disse uma ex-funcionária da empresa. Segundo ela, ambientes sem café, nem água e equipamentos insuficientes são cenários habituais nos bastidores.

Dívida trabalhista
No ar desde novembro de 1999, a RedeTV! foi criada pelos empresários Amilcare Dallevo Junior, marido da apresentadora Daniela Albuquerque, e Marcelo de Carvalho, marido de Luciana Gimenez. Os dois compraram as cinco concessões da extinta Rede Manchete (há boatos de que hoje Amilcare, sócio majoritário, negocia a compra das ações do sócio).
Além do direito de transmissão, os sócios também levaram para casa os passivos trabalhistas da antiga emissora, estimados em 100 milhões de reais – há anos a empresa lutava na Justiça para não ser responsabilizada pelo pagamento do FGTS de funcionários da emissora adquirida.
Porém, segundo nota da coluna de Lauro Jardim, uma decisão judicial publicada em 25 de janeiro determinou que a responsabilidade seria sim da RedeTV! e o pagamento deveria ser depositado em no máximo dez dias “sob pena de bloqueio de contas bancárias ou diretamente junto aos anunciantes”. Em resposta, a emissora afirmou que uma decisão judicial já transitada no STJ é capaz de reverter esta e outras decisões recentes que a coloca como sucessora de débitos da Manchete.
Gestão questionável
A maneira de gerir a emissora é também apontada como pouco profissional pelas fontes. De acordo com elas, os dois sócios não tem um pró-labore fixo, já que acabam retirando recursos do caixa da emissora de acordo com suas necessidades pessoais.
Além disso, a grande maioria dos profissionais da casa que recebem mais de 8.000 reais de salário é pago como pessoa jurídica, prestadores de serviço. “Algumas dessas pessoas eram registradas e foram coagidas a pedir demissão para entrarem no sistema de pessoa jurídica”, afirma uma ex-funcionária. “Os que recebem menos que isso ainda tem registro em carteira, mas a emissora não deposita o FGTS deles, nem paga o proporcional a férias.”
A transgressão dos bastidores da emissora para a imprensa nos últimos dias incluem reclamações públicas de funcionários e notas em veículo de celebridade. Um dos exemplos é o da apresentadora Rita Lisauskas. Em dezembro ela escreveu em seu Facebook: “Queria só entender como tem "empresário" que consegue colocar a cabeça no travesseiro e dormir, sabendo que há centenas de profissionais sem salário há no mínimo dois meses bem na semana do Natal”. Como a emissora respondeu? Demitiu a profissional na mesma tarde. 
Exame-Abril

Presidente da TIM Fiber diz que 'ninguém é obrigado a ficar na TIM'


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TIM não é a pior operadora do País e não compreendeu os critérios da Anatel para chegar a essa conclusão, disse ontem presidente da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, que falou em nome da TIM Brasil. Ele classificou como "drástica" a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de suspender as vendas de novas linhas da empresa em 18 Estados e no Distrito Federal a partir de segunda-feira.
Para o executivo, a competição entre as operadoras força a regulação do mercado. "A TIM, neste momento, é a única operadora que não tem nem fidelização, subsídio ou contrato para a pessoa ficar (na operadora). Então a pessoa só fica na TIM porque ela quer. Ninguém é obrigado a ficar na TIM", afirmou o executivo.
Segundo ele, a operadora investe R$ 3 bilhões por ano para melhorar a qualidade do serviço, principalmente para segurar o cliente. "O cliente pode ir para outra operadora na hora que ele quiser." O executivo reconheceu que há falhas na cobertura da TIM e atribuiu os problemas, principalmente, ao crescimento rápido do serviço. "Uma rede de celular em um País que cresce como o Brasil é normal que funcione hoje, mas aí, quando constroem um prédio do lado da sua casa ou um shopping novo, o volume de tráfego é maior. Obviamente, a rede para de funcionar e o nosso trabalho é colocar uma nova antena perto da sua casa", disse.
A TIM entrou ontem com um mandado de segurança contra a decisão da Anatel para tentar evitar a suspensão das vendas. Segundo Takayanagi, a "esperança" da empresa é obter uma decisão favorável na Justiça antes de segunda-feira. Mas, se não for possível, a TIM respeitará a decisão do órgão. "O mandado de segurança não é uma afronta à agência. É uma tentativa de defender a operação", disse.
O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, disse ontem que o encontro com a diretoria da TIM na quinta-feira foi "tenso". "Eles acham que não deveriam ser punidos", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Poder de prefeituras e falta de cultura política anulam funções de vereadores


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Os 68.544 vereadores que serão eleitos no dia 7 de outubro por cerca de 140 milhões de eleitores em 5.568 municípios terão a tarefa de fiscalizar as prefeituras municipais, além de criar e modificar leis restritas às cidades. Cabe a eles verificar, por exemplo, como o dinheiro público é aplicado e criar ou alterar o plano diretor de ocupação urbana de sua cidade.
Podem se candidatar a vereador os maiores de 18 anos que tenham título de eleitor há mais de um ano no município onde pretendem disputar o cargo e sejam filiados a um partido político há mais de um ano das eleições.
Apesar de estar definido em lei quem pode se candidatar qual é a missão dos eleitos, especialistas ouvidos pelaAgência Brasil afirmam que a função do vereador está desvirtuada por pelo menos dois motivos. O primeiro está no fato de muitas prefeituras cooptarem os vereadores por meio da distribuição de cargos na administração local e do uso do dinheiro público. O segundo fator, relacionado e influenciado pelo primeiro, é a falta de cultura política do eleitorado, que não acompanha o trabalho dos vereadores depois de empossados.
“A função das câmaras de Vereadores foi esvaziada. Os vereadores não cumprem seu papel, não fiscalizam. Quem legisla, de fato, é o [Poder] Executivo. [As prefeituras] não têm importância nenhuma para o eleitor”, critica Cláudio Abramo, do site Transparência Brasil. “Os prefeitos 'compram' suas bases por meio da distribuição de cargos”, lamenta.
O cientista político Fábio Wanderley dos Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais tende a concordar com Abramo. “Não tem nada que aconteça de relevante [nas câmaras de Vereadores]. O poder foi posto de lado e depois jogado fora”, disse Wanderley, ao comentar que vereadores “se ocupam mais em mudar nome de rua” ou escolher pessoas para prestar homenagem em sessões especiais.
O advogado Walter Costa Porto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e historiador especializado em eleições no Brasil, porém, tem visão mais positiva dos vereadores e diz que eles participam da administração municipal. Costa Porto reconhece, porém, que o sistema de votação proporcional dentro de coligações partidárias cria uma disfunção grave. “O eleitor não sabe para onde vai seu voto. Ninguém conhece as listas partidárias. Vota em um candidato a vereador e elege outro.”
A representação local – câmaras dos Vereadores – é o sistema de eleitoral mais antigo do Brasil. Segundo Walter Costa Porto, a primeira eleição para os “conselhos da câmara” ocorreu em 1.535 vilas no interior do que hoje é o estado de São Paulo.
Para ele, apesar da antiguidade, o sistema eleitoral, associado ao desinteresse e desconhecimento dos eleitores, “faz da democracia no Brasil um simulacro [imitação]”. O problema se agrava com a impunidade concedida pelos próprios eleitores. “Falta educação cívica. Ninguém é punido pelo voto”, diz o advogado, ao salientar que é comum os eleitores esquecerem para quem foi seu voto para vereador, assim como para deputado estadual e deputado federal.
“O grau de politização é muito baixo. Muitos eleitores votam por obrigação” e “há uma crise de confiança no Legislativo”, afirma Carlos Eduardo Meirelles Matheus, líder do Comitê de Opinião Pública da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep) e ex-diretor do Instituto Gallup de Opinião Pública.
Apesar de crítico, Matheus ressalta que os vereadores exercem o mandato como “intermediários” entre os eleitores e a prefeitura. “Nas cidades maiores, eles trabalham pelos bairros e encaminham solicitações”. Ele diz que a proximidade dá “um pouco mais de transparência” aos mandatos dos vereadores.
De acordo com o site Transparência Brasil, o custo de funcionamento do Poder Legislativo no Brasil (câmaras de Vereadores, assembleias legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal) é, em média, R$ 115,27 por ano para cada um dos brasileiros que moram nas capitais. O valor varia de cidade em cidade.
“A Câmara de Vereadores mais cara por habitante é a de Palmas, capital do Tocantins, que custa anualmente R$ 83,10 para cada morador da cidade. A mais barata é a da capital paraense, Belém, com R$ 21,09 por ano”, descreve o site, que também monitora as propostas e votações nas duas maiores câmaras de Vereadores do país: São Paulo e Rio de Janeiro.

Gilberto Costa - Agência Brasil

TIM, Oi e Claro terão vendas interrompidas, em vários estados, a partir de segunda-feira


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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou hoje (18) que a partir de segunda-feira (23) estará suspensa a comercialização de linhas de telefonia celular e internet em 19 estados para a operadora TIM, cinco estados para a Oi e três para a Claro. A liberação da venda está condicionada à apresentação de um plano de investimentos em até 30 dias para a Anatel, que deve tratar principalmente da qualidade da rede, completamento de chamada e diminuição de interrupção de serviços.
“Embora seja medida extrema, é importante para fazer uma arrumação do setor. Queremos que empresas deem atenção especial à qualidade da rede”, disse o presidente da Anatel, João Rezende. Ele também argumentou que o aumento do número de clientes deve ser acompanhada do aumento da qualidade dos serviços. As empresas que não cumprirem a decisão de suspensão das vendas deverão pagar multa de R$ 200 mil por dia.
Cada estado terá apenas uma operadora suspensa. Para a Claro, haverá suspensão em Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Para a operadora Oi, a proibição vai ser nos estados do Amazonas, Amapá, de Mato Grosso do Sul, Roraima e do Rio Grande do Sul. Na Tim, não poderão ser feitas novas vendas no Acre, em Alagoas, na Bahia, no Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, em Minas Gerais, Mato Grosso, no Pará, na Paraíbaem Pernambuco, do Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, em Rondônia e no Tocantins.

As operadoras Vivo, Sercomtel e CTBC também deverão apresentar plano nacional, mas sem a suspensão dos serviços. Caso contrário, poderão sofrer uma ação da Anatel que, em último estágio, acarretará a suspensão dos serviços.

Sabrina Craide