terça-feira, 24 de julho de 2012

Dirceu rememora guerrilha em livro


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A poucos dias do julgamento do mensalão, seu principal personagem, o dirigente petista José Dirceu, volta à cena com um breve relato sobre o tempo em que militava no Movimento de Libertação Popular (Molipo) - organização de esquerda criada no início da década de 1970, com o objetivo de espalhar focos guerrilheiros na zona rural, derrubar o regime militar e instalar o socialismo no Brasil.
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Trata-se do prefácio do livro biográfico As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz. Escrito pelo jornalista Renato Dias, relata a história da militante política que, como Dirceu, foi líder estudantil, aproximou-se das organizações que defendiam a resistência armada e integrou o Molipo.
Os dois conviveram em Cuba, onde o movimento surgiu. Ela foi morta numa operação do Exército, em Goiás, em 1971, e faz parte da lista dos desaparecidos políticos do País.
Dirceu foi um dos poucos dirigentes do Molipo que sobreviveram. "Quase todos os meus companheiros caíram, assassinados pela repressão, entre 1971 e 1972", escreve ele no prefácio de quatro páginas do livro que será lançado no sábado, em São Paulo, no Memorial da Resistência. "Assistíamos às quedas de nossos companheiros, assassinados na tortura ou friamente, muito dos quais até hoje desaparecidos políticos."
O ex-ministro-chefe da Casa Civil reivindica o esclarecimento dos casos dos desaparecidos. "É imprescindível o resgate da memória daqueles que deram o único bem que tinham, a vida, pela liberdade e pela democracia", diz. "Espero que a justiça e a verdade venham à luz do dia, com a instalação da Comissão que leva exatamente o nome de Justiça e Verdade " (o nome exato, segundo o decreto de Dilma Rousseff, é Comissão Nacional da Verdade).
Roldão Arruda-Estadão
Luta para implantação do comunismo não é Sr ex-ministro e Mensaleiro?

Depois de pousar no TCU pendurada em duas certidões de nascimento, a ministra Ana Arraes virou babá de mensaleiro


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O currículo de Ana Arraes, essencialmente, restringe-se a um par de certidões de nascimento. A primeira informa que seu pai é Miguel Arraes, três vezes governador de Pernambuco. A segunda atesta que um de seus filhos é Eduardo Campos, dono há mais de cinco anos do cargo que foi do avô. Pendurada nos dois documentos, Ana Arraes escapou do anonimato imposto a figuras desprovidas de brilho próprio. Virou dirigente do PSB, deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União. Acaba de virar manchete com a decisão de transformar em negócio legal uma negociata milionária, descoberta em 2005, que envolveu os mensaleiros Marcos Valério e Henrique Pizzolato.
Se ela não fosse “a filha de Miguel Arraes”, os companheiros do PSB se dispensariam de tratar com tanta reverência a mulher que, filiada ao partido desde 1990 por determinação do pai, seria reprovada no Enem caso a prova de redação pedisse um texto de cinco linhas sobre o socialismo à brasileira. Se não fosse “a mãe de Eduardo Campos”, herdeiro do patrimônio eleitoral do patriarca morto em 2005, a advogada que se diplomou aos 41 anos provavelmente estaria, aos 65,  cuidando dos netos no Recife. Graças ao governador que a criou e ao que pariu, foi eleita deputada em 2006, reeleita em 2010 e, em outubro do ano seguinte, ganhou o emprego no TCU.
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Como cabia ao Congresso preencher a vaga no tribunal, Eduardo Campos acampou em Brasília até garantir a indicação também pleiteada por Aldo Rebelo. Primeiro conseguiu o apoio de Lula, interessado em infiltrar no TCU gente de confiança. (Dele, naturalmente). Depois se entendeu com Dilma Rousseff, acertou-se com o PT, alugou meia dúzia de bancadas, atraiu até tucanos subordinados ao senador Aécio Neves ─ e venceu.
Os parlamentares que votaram na mãe de Eduardo Campos instalaram no TCU a deputada medíocre e oradora tatibitate incapaz de apresentar um único projeto relevante em quase cinco anos no Congresso. Mas capaz de qualquer coisa para servir aos interesses do governo ─ e às vontades de Lula, principal cabo eleitoral da campanha vitoriosa no Congresso.
Em 22 de setembro de 2011, meu amigo e vizinho Reinaldo Azevedo, amparado numa entrevista concedida por Ana Arraes a Heraldo Pereira, mostrou a que vinha a futura ministra. Depois de lembrar que é preciso evitar a paralisação das obras do governo, e para tanto deveriam ser removidos entraves legais que atrapalham a vida do PAC, a filha e mãe de governadores espancou a honestidade e a gramática para fazer o resumo da ópera: “O TCU é um lugar político. Política não é só a partidária. Vou ao TCU servir ao meu país, servir ao povo do Brasil, zelando pelos recursos públicos, mas também com o olhar da política”.
O “olhar da política” fez com que Ana Arraes enxergasse dois sóbrios homens de negócios na dupla de vigaristas formada por Marcos Valério, gerente-geral da quadrilha do mensalão, e Henrique Pizzolato, vice-presidente da área de marketing do Banco do Brasil. Relatora do processo que se arrastava desde 2005, ela invocou uma pilantragem  jurídica costurada em 2009 pelo então deputado José Eduardo Cardozo, agora ministro da Justiça, para proclamar a inocência dos mensaleiros juramentados a poucos dias do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Basta ouvir duas ou três declarações de Ana Arraes para constatar que o papelório, avalizado pelos demais ministros, foi redigido por doutores em trucagens de tribunal. A ministra só assinou a decisão que, ditada pelo olhar político, colidiu frontalmente com o olhar técnico dos pareceres de três unidades do TCU que escancaram a transação criminosa. E vai morrer de ilegalidade aguda assim que for recitada no Supremo pelos advogados de Valério e Pizzolato.
Como informa o texto do comentarista Otavio na seção Feira Livre, o contrato de publicidade firmado entre o Banco do Brasil e uma das agências de Marcos Valério exige explicitamente a devolução do dinheiro desviado para as malas de dinheiro da quadrilha. A manobra concluída por Ana Arraes não vai mudar o curso do julgamento no STF. Mas incluiu mais um tópico no currículo indigente.
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Dez meses depois de pousar no TCU carregando apenas duas certidões de nascimento, a filha de Miguel Arraes e mãe de Eduardo Campos também virou babá de mensaleiro.
Augusto Nunes-Veja

Os desmentidos de Marcos Valério confirmam que Lula precisa tratar com muito carinho a caixa preta mais perigosa do país


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Como revelou a edição de VEJA desta semana, o grão-mensaleiro Marcos Valério comunicou a amigos de Lula que, se não fosse tratado com o carinho que merece a mais perigosa caixa-preta do país, poderia ceder à tentação de contar detalhes de conversas que teve com o ex-presidente antes da descoberta do mensalão. Nesta segunda-feira, instado pelo portal Terra a comentar a reportagem, Valério confirmou a ameaça com duas frases grávidas de entrelinhas.


“Eu sou igual ao doutor Delúbio, nunca endureci o dedo para ninguém e não vai ser agora, às vésperas do julgamento”, começou o declarante. “Eu não tenho nenhum confidente em Brasília, principalmente lá, onde não vou há anos”, terminou. Traduzidas as frases, o que se ouve são dois desmentidos que ratificam e ampliam as informações divulgadas por VEJA.
A primeira lembra aos interessados que, como Delúbio Soares, Valério sabe muito e não contou nada, está pagando sozinho por pecados coletivos e espera que os danos morais e financeiros sejam devidamente compensados. Ao frisar que nunca endureceu o dedo, está dizendo que poderia ter feito o contrário. O indicador só enrijece se existe algo ou alguém a apontar. Não fez isso e não fará às vésperas do julgamento, sublinha. Mas nada impede que faça depois. Depende do desfecho do caso.
Ao afirmar na segunda frase que não tem confidentes em Brasília e não aparece por lá há alguns anos, Valério confirma outra informação da reportagem: os encontros com Paulo Okamotto e Luiz Eduardo Greenhalgh, que repassaram o recado a Lula, ocorreram em São Paulo. Não foi necessário reaparecer no local do crime. Antes da descoberta do esquema criminoso, ele passava mais tempo em Brasília do que em Belo Horizonte e entrava sem bater em gabinetes inacessíveis para a gente comum. Até ser reduzido a caso de polícia e descobrir como é passar a noite na cadeia.
Em setembro de 2011, nas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal pela defesa de Marcos Valério, o advogado Marcelo Leonardo afirmou que o elenco formado por 38 réus do processo do mensalão só ficará completo com a incorporação do protagonista ausente. Dois trechos do documento resumem a ópera:
“É um raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano”, escreveu o advogado. “Alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio presidente LULA”.
“A classe política (…) habilidosamente deslocou o foco das investigações dos protagonistas políticos (LULA, seus ministros, dirigentes do PT etc) para o empresário (…) dando-lhe uma dimensão que não tinha e não teve”.
Letras maiúsculas são gritos gráficos. As duas vogais e a consoante reprisada do LULA amplificam as ameaças sussurradas ou apenas insinuadas pelo diretor financeiro do bando. A drenagem do pântano não foi além das margens. Os principais personagens escondem segredos há sete anos. Nenhum tem tanto a dizer quanto Marcos Valério.
Augusto Nunes-Veja

Estudantes de medicina em SP terão que fazer prova para obter registro


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Estudantes de medicina no estado de São Paulo precisarão, a partir deste ano, realizar uma prova aplicada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp) para obter o seu número de registro profissional, o CRM, ao fim do curso. A obrigatoriedade foi anunciada nesta terça-feira (24) pelo órgão, que é o responsável pela aplicação do exame.
Apesar da obrigatoriedade, a entidade esclarece que o médico não terá o registro negado caso não tenha um bom desempenho no exame. Isso porque a legislação ainda não permite o impedimento. A medida também não poderá impedir que o recém-formado exerça a profissão em outro estado. Apenas o comprovante da participação no exame será exigido para obtenção do CRM em São Paulo.
Segundo o Cremesp, o mecanismo de avaliação irá permitir apenas, neste primeiro momento, que as faculdades melhorem sua qualidade de ensino. Com esse argumento, o Cremesp defende ainda a obrigatoriedade do Exame Nacional para obtenção do registro profissional. Pelo mecanismo, apenas os egressos aprovados receberiam o CRM.
A proposta de uma avaliação nacional, já foi apresentada para presidentes de conselhos regionais de medicina pelo país e a medida em São Paulo deverá servir como modelo para um projeto-piloto.
De acordo com o Cremesp, em sete anos de aplicação do exame, 46,7% dos quase 5 mil participantes foram reprovados. O exame não era obrigatório até a determinação divulgada nesta terça. Os reprovados, segundo o Cremesp, não conseguiram, por exemplo, identificar um quadro de meningite em bebês e também não sabiam que uma febre de quase 40°C pode aumentar o risco de infecções graves em crianças.
Exame
A obrigatoriedade do Exame do Cremesp já é válida. Portanto, a medida abrange todos os estudantes de medicina do estado, inclusive os que já fazem o curso. A prova deverá ser individual e apenas o formando receberá a sua nota, a menos que haja uma procuração para que outra pessoa tenha acesso ao resultado.

O que muda em relação ao que existe hoje é que o Cremesp pretende exigir o comprovante de realização do exame entre os documentos necessários para que o profissional consiga obter o registro de médico.
G1

‘Operação Pipa’ com bandeiras vermelhas em São José do Egito-PE



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