domingo, 9 de junho de 2013

'The Guardian' revela identidade de fonte de vazamentos de dados nos EUA

reprodução - web

Um ex-técnico da CIA, a agência de inteligência americana, e atual funcionário da empresa de consultoria de defesa e estratégia Booz Allen Hamilton é a fonte que revelou ao jornal britânico "The Guardian" as informações confidenciais sobre programas de vigilância de comunicação dos EUA, informou a publicação neste domingo (9).

"Não tenho nenhuma intenção de me esconder porque sei que não fiz nada de errado", disse Edward Snowden, de 29 anos, que está em Hong Kong desde 20 de maio, em entrevista publicada no site do "Guardian".

Snowden deixou a CIA em 2009 e, nos últimos quatro anos, trabalhou na Agência de Segurança Nacional dos EUA como empregado de várias empresas terceirizadas, incluindo a Booz Allen Hamilton.

Em nota que acompanha o primeiro conjunto de documentos divulgados por ele, Snowden diz: "Entendo que eu vou sofrer por minhas ações", mas "estarei satisfeito se a política de leis secretas, perdão desigual e poderes executivos irresistíveis que governam o mundo que eu amo seja revelada, nem que seja por um instante".

Apesar de ter tornado públicas várias informações secretas, o homem insistiu que quer evitar os holofotes da mídia.

"Não quero atenção do público, porque não quero que a história seja sobre mim. Quero que seja sobre o que o governo dos EUA está fazendo. (...) Realmente quero que o foco esteja sobre esses documentos e sobre os debates que espero que isso desencadeie entre os cidadãos sobre o tipo de mundo que queremos viver. Minha única motivação é informar o público sobre o que é feito em nome dele e o que é feito contra ele", disse ao "Guardian".

Até agora, Snowden levava uma vida confortável, que incluía um salário anual de US$ 200 mil (R$ 426 mil), uma carreira estável e uma casa no Havaí, onde morava com a namorada.

"Estou disposto a sacrificar tudo isso porque não posso, em sã consciência, permitir que o governo dos EUA destrua a privacidade, a liberdade na internet e as liberdades fundamentais de pessoas ao redor do mundo, com essa máquina de vigilância maciça que está construindo secretamente."

Entenda o caso
A revelação, feita pela imprensa, de que o governo dos EUA espiona telefonemas e atividades online de seus cidadãos colocou o governo do presidente Barack Obama na defensiva na sexta-feira (7).

Obama disse na sexta que os parlamentares americanos estavam informados sobre as atividades de espionagem do governo, tema de polêmica desde que foram reveladas pela imprensa nos últimos dias. O democrata afirmou que as conversas telefônicas dos americanos "não estão sendo ouvidas" e que as salvaguardas constitucionais estão sendo garantidas no processo de monitoramento.

"Ninguém está ouvindo suas ligações telefônicas. O programa não é isso", disse o presidente no Vale do Silício, na Califórnia, em seus primeiros comentários sobre o tema.

"O que a comunidade de inteligência está fazendo é olhar os números de telefone e a duração das chamadas. Eles não estão olhando os nomes das pessoas nem o conteúdo, mas estudando os chamados metadados, que podem identificar algumas tendências para ajudar as autoridades a interromper potenciais planos terroristas", disse.

O jornal "Washington Post" informou na quinta-feira (6) que as autoridades federais dos EUA têm usado os servidores centrais de empresas como Google, Apple e Facebook para ter acesso a e-mails, fotos e outros arquivos dos usuários, permitindo a analistas rastrear movimentos e contatos das pessoas.

A informação aumentou as preocupações com a privacidade em todo o mundo, ainda mais após uma reportagem do "Guardian" afirmando que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) havia obtido registros telefônicos de milhões de clientes de uma subsidiária da empresa de telecomunicações Verizon Communications.

G1-France Presse

Ex-ministro da China Comunista pode ser condenado à morte por corrupção

O ex-ministro de Ferrovias da China Liu Zhijun pode ser condenado à morte por corrupção. Ele foi acusado de ter recebido 64,6 milhões iuans (R$ 22,5 milhões) em propinas entre 1986 e 2011. Zhijun compareceu neste domingo (9) em uma audiência em um tribunal de Pequim.

O ex-ministro chinês das Ferrovias compareceu neste domingo a um tribunal de Pequim acusado de abuso de poder e corrupção    (Foto: CCTV/Reuters)

Após o escândalo vir à tona em 2011, Zhijun foi expulso do Partido Comunista chinês. Segundo as autoridades, Liu recebeu propinas e abusou do seu cargo para ajudar o presidente de uma firma de investimentos a obter um "enorme lucro ilegal".

Ele também é acusado de ter favorecido 11 pessoas, com aumentos de salários ou atribuição de contratos.

A televisão estatal chinesa exibiu imagens do ex-ministro, interrogado de pé e visivelmente mais magro, em um tribunal de Pequim.

A audiência não foi anunciada de maneira antecipada e o público autorizado a acompanhar os debates foi selecionado minuciosamente, como é habitual na China.

Os atos de Liu Zhijun afetaram consideravelmente a imagem da rede ferroviária chinesa, muito admirada até então pela rapidez de sua construção.

A agência oficial Xinhua citou "importantes prejuízos às finanças públicas e aos interesses do Estado e do povo".

O advogado de defesa, Qian Lieyang, afirmou à imprensa local que o cliente não rejeitou as acusações e que os debates foram sobre as quantidades desviadas pelo ex-ministro.

O presidente Xi Jinping, que assumiu o cargo em março, se comprometeu a lutar contra a corrupção em todos os níveis, um problema que afeta, segundo ele, o futuro do Partido Comunista.

Cada novo governo anuncia que a luta contra a corrupção será uma prioridade, mas até agora não foram executadas grandes operações.
Ex-ministro de Ferrovias da China Liu Zhijun pode ser condenado à morte por corrupção (Foto: CCTV/Reuters)

G1-SP