domingo, 30 de janeiro de 2011

‘Sexting’ é considerado nova onda na internet e pode prejudicar os jovens

Ficar horas e horas em frente ao computador é certamente um dos momentos mais esperados pelos adolescentes, mas isso não significa que os pais não devam impor limites. Quando os filhos estão navegando na internet, o cuidado deve ser redobrado, pois em busca da fama virtual, tem se tornado comum adolescentes entre 12 e 17 anos aderirem ao fenônemo ainda pouco divulgado, apesar de muitos adeptos. É o sexting, criado há cinco nos Estados Unidos, e que discretamente chegou ao Brasil.
O termo vem de duas palavras em inglês – sexo (sex) e envio de mensagens (texting). O nome pode até ser estranho, mas não há segredo; consiste no envio de fotos sensuais tiradas por e-mails, sites de relacionamento, celulares e outros recursos da tecnologia. Nos programas de conversa instantânea, o sexting também tem se tornado frequente – e preocupante. O sexting pode causar desde constrangimento na escola até à prostituição infantil e pedofilia. É importante lembrar que a fotografia íntima nem sempre fica restrita ao destinário inicial. A foto pode ser repassada e, em segundos, ser algo ‘público’ na internet.
Não é difícil encontrar perfis no Orkut de adolescentes ‘liberais’. Logo se percebe que algo não está certo, pois muitas vezes os adeptos costumam enviar mensagens com conteúdo também de apelo sexual. As insinuações para os “ficas”, namorados e paqueras é outro hábito frequente no mundo virtual. Em alguns casos, e não são poucos, quando a polícia e o Ministério Público tomam conhecimento pode já ser tarde demais. Longe dos olhares dos pais, o sexting pode fazer vítimas nas escolas, na lan house e até mesmo dentro de casa.
O que parece ser brincadeira de criança pode virar caso de polícia. O alerta das autoridades que lidam com os direitos da criança e do adolescente é para a pornografia e a prostituição. Diante dessa nova onda, é preciso ficar ‘ligado’ nas consequências. Uma pesquisa realizada no mês de fevereiro deste ano pela organização não-governamental Safernet com 2.159 crianças e adolescentes com idades entre cinco e 18 anos, mostrou que 11% já fizeram sexting.
Seja por puro exibicionismo ou até mesmo para agradar alguém (ou ainda pagar uma aposta), quem pratica o sexting está exposto a sérios riscos, pois a partir do momento que expõe sua imagem na internet, nunca mais terá controle sobre ela. 
Alguns minutos no Orkut são suficientes para comprovar a prática do sexting. As meninas costumam exibir os decotes e aparecem sempre com roupas curtíssimas, de preferência com a barriga à mostra. No sexting, a onda é exatamente esta: quanto menos roupa, melhor. O exibicionismo não para por aí. As garotas também escrevem frases sensuais nas legendas das fotos. Entre os meninos, a situação não é diferente. Sem camisa, com barriga e músculos (que às vezes nem existem) de fora. 
Na comunidade ‘Sou sexy sem ser vulgar’, no Orkut, havia até o fechamento desta matéria mais de quatro mil participantes, sendo a maioria adolescente. Um dos perfis visitados mostra a exibição de um adolescente em fotos nas quais aparecem apenas de cuecas com frases do tipo ‘Lindo como sempre’; ‘Sou gostoso, tá afim?’. Para o diretor da Safernet, Rodrigo Nejm, muitas dessas fotos vão sendo repassadas de amigos para amigos e, em questão de segundos, “ganham o mundo”. Ele lembra que boa parte dos adolescentes adeptos do sexting se exibe pelo desejo de ganhar a fama. “É algo parecido com a celebridade”, destaca.
Usar a internet para a socialização é visto como algo positivo, mas os limites também devem existir no mundo virtual. “Os pais devem conhecer os amigos virtuais do filho,, explica Rodrigo Nejm.

Por: Valéria Sinésio

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