sábado, 3 de agosto de 2013

Dilma estuda antecipar reforma ministerial - e acirra a briga no PT

INTRIGAS - A investida do ministro Mercadante contra o colega Guido Mantega irritou a presidente Dilma
INTRIGAS - A investida do ministro Mercadante contra o colega
Guido Mantega irritou a presidente Dilma
 (Andre Coelho/ Ag.
Globo e Didas Sampaio/Estadão Conteúdo)


Na edição passada, VEJA revelou uma iniciativa insólita do ministro da Educação, Aloizio Mercadante: o petista propôs ao vice-presidente da República, Michel Temer, que convencesse a presidente Dilma Rousseff a demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A natureza da conversa causou espanto. Primeiro, porque não é comum um ministro recorrer ao vice-presidente para tramar a queda de um colega - menos ainda quando esse colega comanda uma área sensível como a econômica. Segundo, porque Dilma resiste desde o início de seu mandato a exonerar Mantega, blindando-o das críticas recorrentes de parlamentares aliados, empresários e sindicalistas. Protagonista de uma conspiração clássica, Mercadante provocou um imenso mal-estar no governo. O ministro confirmou a reunião com Temer, mas se apressou em negar que esteja trabalhando pela demissão do companheiro. Já Mantega disse, protocolarmente, não acreditar que estivesse na mira de Mercadante, seu amigo há mais de trinta anos. E Dilma fez saber que não gostou nem um pouco da intriga e se mostrou insatisfeita com o movimento de Mercadante, ironicamente um dos auxiliares que ela mais tem ouvido.

Conhecida a conspirata, restou a dúvida sobre a razão do empenho e da ousadia de Mercadante na queda de Mantega. A resposta é simples: diante da possibilidade de não ser nomeado para a Casa Civil, ele passou a trabalhar para assumir a Fazenda, mantendo aceso o bom e velho fogo amigo petista. Com os programas do governo emperrados, o desempenho pífio da economia e a base aliada conflagrada no Congresso, auxiliares da presidente defendem a realização imediata de uma reforma ministerial como forma de recomeçar o governo. Dilma resiste à pressão. Ela alega que reduzir o número de ministérios, por exemplo, não resultará nem mesmo em economia significativa de despesas. Com a sucessão de protestos nas ruas e a queda de popularidade pesquisa após pesquisa, a presidente, no entanto, encomendou à Casa Civil um esboço de reforma administrativa. A iniciativa, se posta em prática, pode resultar no corte de ministérios e em mudanças em seus comandos. Foi essa discussão que mexeu com os brios do ministro da Educação. Uma das ideias em estudo prevê o remanejamento dos ministros Paulo Bernardo e Miriam Belchior.

Robson Bonin e Rodrigo Rangel - Veja

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