A maioria dos patoenses se posiciona contra ou a favor de um projeto com base na política, e não com base na importância desse projeto, não com base no progresso que a cidade poderia ter. As discussões não são travadas visando o bem comum – e os interesses privados muitas vezes são colocados acima dos interesses públicos – um vício da política brasileira – e faz com que setores atrasados da nossa sociedade ainda exerçam um papel definitivo em nosso país.
Os que aprovam o governo Nabor Wanderley e desaprovam o governo de Ricardo Coutinho se posicionaram contra o fechamento de escolas estaduais em Patos. E nem quiseram escutar as justificativas do governo. Foram contra logo de cara.
Os que aprovam o governo de Ricardo Coutinho e desaprovam o governo Nabor Wanderley se posicionaram contra a possibilidade da Prefeitura vender um terreno para a construção de um Centro Administrativo. E nem quiseram ouvir as justificativas do prefeito. Foram contra logo de cara.
Claro que tem gente que pensa além das picuinhas políticas, lógico que é preciso abrir exceções, no entanto é vergonhoso ver que nessa cidade se você sair de camisa amarela você “é de Dinaldo” e se você sair com uma camisa vermelha você “é de Nabor”.
Certa vez todos os políticos locais se uniram em torno de um propósito: a luta para trazer o curso de Medicina para Patos. Muitos elogiaram aquela união, mas aquela luta não tinha cor, aquela luta era incolor, por isso conseguiu unir flamenguistas e vascaínos, dinaldistas e naborzistas, montecchios e capuletos.
Se aquele movimento tivesse sido puxado por Nabor muitos dinaldistas não teriam entrado e se tivesse sido puxado por Dinaldo muitos naborzistas não teriam participado. A que ponto chegamos.
Tem eleitor de Nabor que em época de Copa do Mundo compra a camisa azul da seleção brasileira para torcer, que é o uniforme número dois do time, porque o uniforme principal é amarelo, e amarelo em Patos lembra Dinaldo.
E tem eleitor de Dinaldo que só come tomate se ele estiver verde, pois se o tomate estiver maduro, vermelho, alguém pode pensar que se trata de um eleitor de Nabor.
Wandecy Medeiros - patosonline
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